Com a crise na gestão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) escalonando, com direito a comunicado da presidência de Marcio Pochmann sugerindo ataques pela investigação de denúncia contra servidores e questionamentos sobre a qualidade dos dados nas redes sociais, o Ministério do Planejamento se posicionou. A pasta reitera a autonomia administrativa do órgão, disse que está acompanhando os desdobramentos.
Como o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) vem mostrando, há meses o IBGE vive uma crise interna provocada por inúmeras razões, incluindo a criação da fundação de direito privado IBGE+.
O próprio sindicato dos servidores convocou um ato contra a fundação e alega que a crise interna é usada em tentativas de desgastar a credibilidade das estatísticas e que já dificultam a coleta de dados em campo. O temor é de que cresçam manifestações contrárias ao órgão, especialmente nas redes sociais, sob alegação de maquiagem de dados.
A reportagem do Broadcast questionou o Ministério do Planejamento sobre o acompanhamento da crise da gestão Pochmann, já que o IBGE é vinculado à pasta.
Em nota, o Planejamento disse que acompanha o desenrolar, mas frisou a autonomia administrativa do IBGE.
“O IBGE, segundo as disposições legais que tratam da constituição de fundação pública de direito privado, especialmente o Código Civil e o Decreto-Lei nº 200/1967, possui autonomia administrativa. O Ministério do Planejamento e Orçamento, ao qual o IBGE está vinculado, no entanto, acompanha os desdobramentos no órgão e mantém aberto um canal de diálogo com seus representantes”, diz o texto.