Cidades

Em meio à pandemia, sindicato cria Projeto Saúde Mental para atender colaboradores

A pandemia do novo coronavírus marcou negativamente o ano de 2020. O vírus que alterou completamente a rotina do mundo e da maioria das pessoas ainda persiste, e além de bagunçar a economia global afetou também a saúde mental da população. Isso porque o surgimento da doença veio acompanhado de muitas dúvidas, medos e incertezas sobre o futuro e, segundo especialistas, esse estresse segue causando impacto no psicológico das pessoas.

De acordo com estudo sobre a saúde mental dos trabalhadores brasileiros, realizado em outubro do ano passado pela empresa de psicologia online e saúde emocional corporativa Vittude, em parceria com a Opinion Box, 41% dos entrevistados contaram que a principal sensação nos últimos meses era o “medo intenso de que alguém próximo ficasse doente ou morresse”. Já 33% apresentaram insônia e o mesmo percentual de pessoas sofreu crises de ansiedade após o início da pandemia.

A pesquisa “Saúde Mental em Foco” ouviu 2.007 trabalhadores a partir de 16 anos de idade, de todas as regiões do Brasil. Participaram do estudo profissionais de diversos segmentos, como funcionários de multinacionais, de pequenos negócios e serviços públicos, do comércio e até profissionais da área da saúde que trabalham na linha de frente de combate à Covid-19.

Ciente do problema e preocupado com a saúde e o bem-estar de seus colaboradores, o Sindicato do Comércio Varejista de Calçados e Couros de Mato Grosso (Sincalco-MT) criou o Projeto Saúde Mental, que disponibilizará dois psicólogos para atender os colaboradores das empresas filiadas ao sindicato.

“Nossa realidade mudou muito de um ano para outro. Além do medo natural de uma doença até então desconhecida vem o medo de perder o emprego, perder a renda que sustenta a família e isso é totalmente compreensível. Sabemos pelos exemplos que conhecemos o quão difícil é enfrentar uma depressão e problemas psicológicos e por isso decidimos criar esse projeto e incentivar aos colaboradores dos nossos associados a conversarem com um profissional”, explica o presidente do Sincalco, Junior Macagnam.

Os psicólogos Maycon Aparecido e Rita Dorileo, idealizadores do projeto, contam que a ideia surgiu logo no início da pandemia quando acenderam os primeiros sinais de alerta causados pelo “confinamento” obrigatório. “Percebemos que logo apareceriam mais problemas e entendendo o momento difícil na vida das pessoas, que inclui a questão financeira, decidimos criar o projeto e cobrar apenas um valor simbólico por consulta, pois nosso real objetivo é ajudar a cuidar da saúde mental dessas pessoas” revela Maycon.

Ele ressalta a importância de um tratamento mais prolongado e o respectivo resultado no dia-a-dia do trabalhador. “Existe uma preocupação maior voltada para casos de depressão, suicídio e crises de ansiedade neste momento da pandemia, e isso nos traz uma reflexão de trabalho. Ensinar os pacientes a reavaliarem seus pensamentos, aprendendo a trabalhar suas cognições, para que assim possam então refletir melhor sobre as situações do seu cotidiano. Por isso a importância de um acompanhamento psicológico maior que ajude a diminuir os pensamentos automáticos (negativos)”, finaliza.

Redação

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