Cidades

Em Mato Grosso, milhões vão para o lixo

É cada vez mais problemática a gestão dos resíduos sólidos produzidos pela população nos municípios brasileiros. Nos últimos anos, com o crescimento acelerado da população urbana no Brasil e os avanços tecnológicos, o lixo produzido é cada vez maior e de qualidade diversificada, contribuindo para uma série de problemas de ordem sanitária, ambiental, econômica e social.

A realidade é que as prefeituras gastam cada dia mais para a coleta e destinação correta do lixo domiciliar, e como vivemos em uma sociedade capitalista, não demorou muito para que interesses econômicos acabassem surgindo, visando à incrível transformação do lixo em ouro.

Na edição 529 do Circuito Mato Grosso, destacamos que em Cuiabá a Prefeitura chega a gastar quase R$ 2 milhões por mês com a coleta de lixo domiciliar dos mais de 575 mil habitantes. O serviço terceirizado é feito pela empresa Ecopav, contratada no ano de 2012, na gestão do ex-prefeito Chico Galindo. 

Para atender a demanda das cerca de 550 toneladas de lixo produzidas diariamente em Cuiabá, são destinados 30 caminhões específicos. Em valores, mensalmente a Prefeitura destina R$ 1,45 milhão apenas para a empresa contratada, além de arcar com cerca de R$ 200 mil (ou 70 mil litros) de combustível e gastos que giram em torno de R$ 250 mil para o gerenciamento do aterro sanitário, onde quase todo o lixo recolhido é despejado.

Na cidade vizinha, Várzea Grande, os mais de 265 mil habitantes chegam a produzir em média 179 toneladas de lixo por dia, o que gera uma despesa de R$ 800 mil mensais aos cofres da Prefeitura gerida pelo médico Walace Guimarães (PMDB). O valor médio por tonelada pago é de R$148,92. 

De acordo com o secretário de Serviços Públicos, Roldão Lima Júnior, a empresa Alocar Ambiental foi contratada em outubro de 2014, com o contrato de prestação de serviço vigente para 48 meses.

A 218 km da capital, o município de Rondonópolis é o que paga mais caro pela coleta e destinação do lixo doméstico, cerca de R$ 1,4 milhão/mês, para 170 toneladas de resíduos produzidos por dia pelos 211 mil habitantes. A tonelada de resíduos chega a custar R$ 274,50.

Assim como em outros municípios, o serviço na cidade do prefeito Percival Muniz (PPS) é de responsabilidade de uma empresa terceirizada, a Financial Ambiental, com contrato firmado em março deste ano, com vigência de 12 meses (prorrogável por mais cinco anos).

Ao Circuito, o diretor-técnico da autarquia Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear), Marcos Brumatti, afirmou que a empresa foi contratada com a meta de realizar a coleta de todo o resíduo sólido domiciliar, assim como a sua destinação final, além de fomentar a estrutura de coleta seletiva no município, com a adequação de um local e as instalações necessárias.

Na região do Pantanal, em Cáceres (250 km da capital), a Prefeitura comandada pelo prefeito Francis Maris (PMDB) paga R$ 113,50 por tonelada de lixo. No fim das contas, com a média de 56 toneladas/dia, produzidas pelos 90 mil habitantes, os gastos com a coleta e destinação de lixo chegam a R$ 190 mil por mês. 
Com vigência de um ano, a Prefeitura, em outubro de 2014, assinou contrato com a empresa Impacto Produtos e Serviços Ltda.

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Redação

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