O presidente Jair Bolsonaro visita nesta terça-feira (18) a cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, para inaugurar uma estação de radar no aeroporto local. O radar será utilizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) para monitorar voos clandestinos de aeronaves e coibir o narcotráfico e o contrabando na região fronteiriça do Brasil com a Bolívia e o Paraguai. Equipamentos similares serão instalados também nas cidades de Ponta Porã e Porto Murtinho, no mesmo estado.
Às vésperas da visita do presidente, um incidente foi parar na delegacia de polícia de Corumbá. Três outdoors instalados na cidade, associando Bolsonaro a mortes provocadas pela pandemia da covid-19, foram destruídos no último sábado por desconhecidos. Os cartazes haviam sido financiados pela seção sul-mato-grossense do Sinasefe, o sindicato de servidores federais em educação. Um deles retratava Bolsonaro como uma caveira segurando uma foice. O sindicato registrou boletim de ocorrência e pediu que a Polícia Civil investigue quem destruiu os outdoors.
Corumbá é uma das cidades com maior taxa de letalidade pela covid-19 em Mato Grosso do Sul em relação ao número de casos confirmados: 3,8%. No estado, a média é de 1,6%. Até o dia 15 de agosto, Corumbá, que tem 111.000 habitantes, tinha registrado 71 óbitos pelo novo coronavírus. Em todo o estado, são 640 óbitos.
Esta é a primeira visita de Bolsonaro ao estado desde que se elegeu presidente. Depois de inaugurar a estação de radar em Corumbá, pela manhã, o presidente deve seguir para a capital, Campo Grande, e dali para Nioaque, cidade onde Bolsonaro serviu de 1979 a 1981, quando era tenente do 9º Grupo de Artilharia de Campanha.
Mato Grosso do Sul foi o primeiro estado em que Bolsonaro serviu fora do Rio de Janeiro, onde se formou na Academia Militar das Agulhas Negras, em 1977. Em Nioaque, cidade atualmente com 14.000 habitantes, Bolsonaro era o treinador do time de futebol dos militares. Em 2017, ainda como deputado federal, Bolsonaro esteve na cidade para participar de uma cerimônia de encenação de um episódio da Guerra do Paraguai.
Nas últimas semanas, como nos tempos de campanha eleitoral, Bolsonaro vem intensificando suas viagens ao interior do país. “O objetivo é andar pelo Brasil, conhecer os seus problemas, estar em contato com o povo brasileiro e mostrar também que eu sou a prova viva que esse vírus é uma realidade e você tem que encarar”, disse recentemente o presidente, que viu sua popularidade aumentar desde que o governo iniciou o pagamento do auxílio emergencial a desempregados e trabalhadores informais.
Na semana passada, dia 13, o presidente esteve em Belém, no Pará, para inaugurar um espaço de lazer e turismo no centro da cidade. Ontem, dia 17, visitou Sergipe para inaugurar uma usina termelétrica e visitar uma fábrica de fertilizantes. Na sexta-feira, dia 21, a previsão é que Bolsonaro visite o Rio Grande do Norte para uma solenidade de entrega de títulos fundiários e visita a obras hídricas no Vale do Açu, região no oeste do estado.