Depois de Inglaterra e Itália, a ascendente Rússia testará uma Seleção em construção
Luiz Felipe Scolari foi direto: a pressão pela vitória o jogo desta segunda-feira, contra a Rússia, às 16h30 (de Brasília), é zero. A menos de três meses da Copa das Confederações e no último duelo com o time completo antes da lista final, sua preocupação será com o futebol do time diante dos testes que fará para observação nesta tarde no Estádio Stamford Bridge, em Londres.
Apesar de Felipão tirar a pressão, o Brasil vive uma seca de vitórias. Ainda com Mano Menezes, empate com a Colômbia. Desde que o técnico pentacampeão reassumiu o cargo, derrota para os ingleses e empate diante dos ingleses. Situação parecida com a de 2001, quando perdeu os dois primeiros jogos contra Uruguai e México. A sequência foi quebrada com vitória sobre o Peru.
Doze anos se passaram, mas o desafio enfrentado por Felipão é parecido: formar uma Seleção com a sua cara. Satisfeito com o apresentado no empate com a Itália, o técnico manterá o sistema, mas trocará jogadores em algumas posições. Os nomes não foram confirmados, mas de acordo com observações dos treinos saem Hulk, Filipe Luís e Dante. Entram Kaká, Marcelo e Thiago Silva.
“Neste momento, estou tentando organizar um sistema para o meu time. Se eu conseguir encontrar isso, depois vou me preocupar com nomes. Para este jogo já tenho que fazer uma observação minha. Pretendo ter uma equipe equilibrada, um sistema, e um grupo mais ou menos definido. Tenho que manobrar em cima dos jogos para chegar bem na Copa das Confederações”, disse.
Desta forma, assim como o observado contra a Itália, Fernando fará o papel de homem de marcação no meio-de-campo. Hernanes completa a cabeça-de-área. Kaká e Oscar fecham o meio-campo, com Neymar atuando mais próximo de Fred. Felipão enxerga em seus jogadores potencial para que, durante o jogo, ocorra inversões de posição e adequação ao adversário.
“Tenho alternativas. E se não der certo nos primeiros 15, 20 minutos, tem como modificar com os mesmos jogadores pela qualidade técnica e como eles se colocam em campo. Com Kaká, Hulk e Oscar, é muito fácil para o treinador fazer algumas trocas, como era o caso da Seleção de 2002. Temos esses craques que podem fazer isso”, disse.
Fresquinhos
O Brasil poderia encarar um adversário desgastado, com menos de 50 horas de intervalo. Mas o duplo adiamento da partida contra a Irlanda do Norte fez com que a Rússia chegasse ao duelo desta segunda totalmente descansada.
“Espero ser um jogo muito difícil. Eles vão estar com as pernas fresquinhas. Vai ser um adversário muito duro, com jogadores qualificados. O Brasil tem que fazer um jogo perfeito, ou quase perfeito, se quiser ganhar bem”, disse o zagueiro David Luiz.
Se depender do retrospecto recente, os russos realmente podem complicar os brasileiros. Décima no ranking da Fifa e líder do grupo nas Eliminatórias Europeia com 100% de aproveitamento, a Rússia coloca em risco a presença de Portugal na Copa de 2014.
Por outro lado, o técnico Fabio Capello vai aproveitar o jogo para fazer testes e observar jovens, o que deve tirar força do time. Capitão da seleção, Denisov sofreu contusão e está fora da partida.
Frio
O duelo, marcado para as 19h30 de Londres, será disputado em temperatura próxima de 0° C, com possibilidade de neve. Teoricamente, o frio pode favorecer os russos, mais acostumados a atuarem em condições parecidas.
Reencontro
Felipão voltará a jogar em Stamford Bridge quatro anos após sua passagem pelo Chelsea. Durante entrevista, o treinador foi bastante assediado pelos jornalistas ingleses sobre o tema. “Minha passagem não foi tão ruim como imaginam”, disse.
Líderes
Capitão das duas partidas com Felipão, David Luiz pode até passara braçadeira para Thiago Silva, mas o técnico quer divisão de responsabilidades entre os líderes. Fred também já foi escolhido para as nomeações simbólicas.
FICHA TÉCNICA
BRASIL X RÚSSIA
Local: Estádio Stamford Bridge, em Londres (Inglaterra)
Data: 25 de março de 2013 (segunda-feira)
Horário: 16h30 (de Brasília)
BRASIL: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Fernando, Hernanes e Oscar; Neymar, Fred e Hulk (Kaká) Técnico: Luiz Felipe Scolari
RÚSSIA: Akinfeev; Anyukov, Vasili Berezutski, Ignashevich e Kombarov; Shirokov, Faizulin; Dzagoev e Bystrov; Kokorin e Kerzhakov Técnico: Fabio Capello
Fonte: Terra