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Em greve de fome, rapper atrai atenção para situação em Angola

rapper decidiu iniciar uma greve de fome já que a Justiça não havia se pronunciado sobre o caso. Só em setembro foi feita a denúncia contra o grupo. Semanas depois, o julgamento foi marcado para os dias entre 16 e 20 de novembro.

Os ativistas foram acusados de “crimes preparatórios para a prática de rebelião”. Luaty ainda foi acusado de falsificação de documentos, apreendidos em sua casa. Segundo o documento do Ministério Público do país, o grupo foi preso por estar reunido com o objetivo de preparar “ações tendentes à alteração do poder público em Angola”, o que incluiria “a destituição do que alegam ser uma ditadura e que passaria pela destituição do Presidente da República”.

O documento cita o livro de Gene Sharp como uma inspiração para a Primavera Árabe e revoluções em outros países africanos e como um ensinamento para revoltas, manifestações e desobediência civil para “destituir o ditador”. Segundo o Ministério, Domingos Cruz daria um curso de formação de três meses aos ativistas, que depois de derrubar o presidente iriam formar um “Governo de Salvação Nacional” e elaborar uma nova constituição.

'Situação difícil'
A preocupação quanto ao seu estado de saúde aumenta a cada novo dia de jejum. “É uma situação difícil em que me sinto extremamente impotente, porque não existem leis para cumprir os prazos”, diz Monica. “Estou preocupada. Não desejo nem ao meu pior inimigo o que estou passando”.

Da cadeia São Paulo, na capital angolana, os outros 12 ativistas também manifestam preocupação. Na última quarta-feira (21) enviaram cartas ao amigo dizendo que “precisam dele vivo” e pedindo que encerre a greve de fome “para continuarem a luta”.

A Anistia Internacional considera os ativistas do grupo detido como “prisioneiros de consciência”. “É um critério muito específico. Significa pessoas que não cometeram crime nenhum, que foram presas só por demonstrar a opinião delas e que não cometeram nenhum ato de violência contra o Estado ou quem quer que seja”, explica Mariana Abreu, de campanhas da AI para o mundo lusófono.

‘Liberdade Já’
O caso motivou a criação da campanha “Liberdade Já”, com vídeos no YouTube e shows em Luanda, que pede a libertação imediata do grupo. Em um vídeo, escritores, jornalistas, estudantes e artistas pedem de Angola, Portugal e Brasil – entre eles – Chico César e Lourenço Mutarelli – dizem: “defendemos uma Angola onde pensar diferente não seja um crime”. Ainda se manifestaram Chico Buarque, Emicida, Maria Gadú e Gregorio Duvivier.

Também são realizadas vigílias para pressionar pela libertação dos presos em Portugal. Já em Luanda, as vigílias não ocorrem mais, depois que uma delas foi impedida por policiais, que apareceram diante da igreja com tanques de água, cachorros e bombas de gás lacrimogêneo, segundo o relato de Monica Almeida e outros presentes no local. Esses eventos foram classificadas como ilegais pelo governo.

Fonte: G1

Redação

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