Em Cuiabá, onde suas compras custam menos?

Ninguém escapa. Quem mora sozinho ou com a família, toda semana é a mesma história: compras no supermercado! O trânsito caótico, o estacionamento sempre lotado, as filas no caixa. Todo o stress gerado da ida até o mercado e do processo de compras é minimizado, logo que o verdadeiro problema vem, quando ao fim da compra a atendente do caixa exclama o valor.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) gastos com a alimentação podem superar os gastos mensais de moradia, dependendo da faixa econômica, podendo chegar a consumir até 58% do orçamento familiar mensal, variando de acordo com o número de pessoas na família e orçamento.

A reportagem do jornal Circuito Mato Grosso visitou quatro grandes supermercados da cidade – um atacadista – para analisar de perto a diferença de preços. Foram avaliados 26 itens, sendo que no supermercado atacadista, os preços consultados eram de produtos no varejo. Os itens analisados são de uso habitual da população brasileira, não consistindo, necessariamente, a Cesta Básica.

Os itens pesquisados foram arroz cinco quilos “Tio Urbano”, feijão Urbano, açúcar Doce Dia, macarrão Renata tipo espaguete, óleo Liza, café 3 Fazendas, leite Piracanjuba, Omo Multiação, amaciante Comfort, detergente Ipê, papel higiênico Neve, pasta de dente Colgate, sabonete Lux, refrigerante Coca- Cola, lasanha Sadia, iogurte Activia e margarina Qualy. 

Ainda foram avaliados os preços do quilo do filé de peito de frango, alcatra e acém e das frutas maçã nacional, banana nanica, tomate salada e os vegetais batata lavada, alface crespa e cebola.

O supermercado Atacadão foi o que registrou menor preço no valor total dos itens, R$145,61.  Seguido pelos supermercados Comper, que registrou R$ 171,17, Big Lar R$185,13 e Extra R$201,85. Comparando os extremos, o mercado mais barato e o mais caro, encontramos uma diferença média de 38%.

Na comparação das compras de não perecíveis, como o básico arroz, feijão, leite e materiais de higiene e limpeza, não há grande diferença entre os supermercados Atacadão e Comper – supermercado com total menor dentre os varejistas. No total de 13 itens a compra no supermercado Comper foi de R$64,71, já no Atacadão o valor foi ainda menor, R$58,21 dando uma diferença de apenas 11% do valor.

Há ainda os itens com diferenças gritantes, como peito de frango, que teve aumento de até 96% entre um mercado e outro. Outro exemplo é o da lasanha congelada, que variou até 146%, custando R$6,19 no Atacadão e R$15,25 no Extra. 

CESTA BÁSICA MAIS CARA

Segundo análise das listas divulgadas pelo Dieese e Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) no mês de outubro de 2015, Cuiabá tem a cesta básica mais cara da região Centro Oeste, e é a sétima do País. Os índices apontam que o cidadão cuiabano tem que desembolsar R$ 344,40. A cesta em Brasília é de R$ 338,28, seguida por Campo Grande R$ 336,69 e Goiânia, onde os itens são os mais baratos da região, com o custo de R$ 311,20.

SALÁRIO MÍNIMO IDEAL

Com base no total apurado para a cesta mais cara do País, a de São Paulo, o Dieese calcula o valor que deve ser o salário mínimo do brasileiro. Segundo a instituição, o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. E é assim que o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. 

Em outubro de 2015, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.210,28, ou seja, quatro vezes maior que o mínimo, de R$ 788,00. 

* Os itens da marca analisada não foram encontrados pela reportagem e foram substituídos por itens com a mesma descrição e peso.  A pesquisa foi realizada entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro.  

Veja a reportagem na íntegra na edição 563.