Política

Em Cuiabá, Mourão nega que governo esteja dificultando acesso à informações

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, negou que o governo tenha mudado a metodologia de divulgação dos dados da Covid-19 no país para dificultar o acesso à informação sobre a proliferação do vírus em território nacional. Mourão concedeu entrevista coletiva à imprensa na manhã deste domingo (7) em Cuiabá e mudou o tom ao falar da doença, em comparação com a última visita a Cuiabá, em março deste ano, quando afirmouq eu o novo coronavírus tinha baixa letalidade e era a primeira epidemia da internet.
 
“Eu não classifiquei [a Covid-19] de epidemia de internet. Eu falei que é a primeira epidemia transmitida pelos meios de comunicação que nós temos hoje na era da internet. Nas nossas redes sociais circulam todos os tipos de dados e remédios. Você deve receber ai no seu whatsapp todo os tipos de fórmulas capazes de impedir que você seja contaminado pela covid-19”, explicou.
 
Desta vez, Mourão destacou as dificuldades de se enfrentar a pandemia no Brasil. “O nosso país é um país desigual. Ninguém tem duvida disso ai, além de suas dimensões continentais. Então essa pandemioa está dentro do país distribuída de formas diferentes. Aqui em Mato Grosso ela não tem a dimensão que teve em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Amapá, Pará. Você vê os estados do sul também muito abaixo do que são os demais índice do país , inclusive em relação aquilo que é chamado de R 0, que é o coeficiente de transmissão já dentro daquilo  que é considerado o aceitável  e outros estados não”, completou.
 
Nesta semana o governo começou a divulgar cada vez mais tarde o balanço diário do novo coronavírus no país. Além disso, os relatórios diários deixaram de contabilizar os números gerais dos testes positivos da doença. Na sexta-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que “acabou matéria no Jornal Nacional”, em referência à cobertura que o principal telejornal da Rede Globo vem fazendo da pandemia.
 
Mourão, no entanto, nega que a intenção do governo seja dificultar o acesso à informação. “Eu não vejo  que o governo queira esconder os dados. Ele mudou a metodologia de apresentar. Ele não apresenta os números totais. Obviamente, basta você somar com o dia anterior”, declarou, lembrando que os dados agrupados pelo Ministério da Saúde são repassados pelas secretarias estaduais.  
 
O vice-presidente ainda declarou que o governo está atuando para combater a pandemia buscando os melhores protocolos de tratamento, o que justifica a postura diante da hidroxicloroquina, e focado na questão logística, de forma a garantir as melhores condições de combate à doença nas diferentes regiões do país.
 
Especificamente sobre a cloroquina, Mourão destacou que a decisão final sobre o uso continua sendo tomada entre o médico e o paciente. “Você sabe que protocolo de tratamento é o médico e o paciente que vão decidir no final. Eu posso dizer aqui que o melhor protocolo de tratamento pode ser suco de limão com beterraba e o médico e o paciente não aceitarem. Então o governo tem que buscar apresentar esses protocolos e quem quiser vai aderir ou não”.
 
Visita anterior
 
Mourão veio pela última vez a Cuiabá em 10 de março, antes de o novo coronavírus se alastrar pelo país. Na ocasião, o vice-presidente minimizou a doença e argumentou também que o Brasil registra mais mortes por dengue e até hoje não há uma solução definitiva para o transmissor, o mosquito Aedes Aegypti.  Na época, o Brasil havia registrado 34 casos confirmados de infecção.

"O coronavírus é, primeiro, epidemia da internet. Quando a gente olha o grau de letalidade dele é muito baixo, esse ano aqui no Brasil já morreu muito mais gente de dengue do que de qualquer outra coisa e a gente ainda não conseguiu ter uma solução efetiva em relação ao mosquito. Eu não vejo com grande preocupação [o coronavírus], porque o que existe é uma transmissão via rede social de um certo pânico. A própria China já atingiu o pico e já está na descida", disse na ocasião.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões