Foto José Medeiros/GCOM MT
Em visita a Cuiabá nesta quinta-feira (16), o presidente da executiva nacional do Partido Democrático Brasileiro (PDT), Carlos Lupi, afirmou não ter tratado em momento algum sobre a possível desfiliação do governador Pedro Taques.
“Não discutimos a saída do PDT em nenhum momento, nem ele levantou a questão e nem eu. Pois acho que isso não está em discussão, não existe essa hipótese”, declarou o pedetista.
O que ficou confirmado é que, além de vir a Mato Grosso para tratar da reestruturação do partido para as eleições municipais de 2016, o pedetista veio com a missão de apaziguar a briga pública entre o presidente do diretório estadual, deputado Zeca Viana (PDT), e o governador.
O clima entre os correligionários mato-grossenses está tão ruim que a conversa com Lupi foi em lugares e momentos diferentes.
Taques recebeu o presidente nacional de seu partido para um almoço em sua casa. Logo após, os dois foram para o Palácio Paiaguas, no Centro Politico Administrativo, em Cuiabá.
No fim da tarde, Lupi partiu para o gabinete do deputado Zeca Viana, onde teve uma reunião rápida, com a participação do deputado Dr. Leonardo (PDT).
Para a imprensa que o aguardava, Carlos Lupi declarou que discordâncias partidárias são normais e que as reuniões separadas foi o melhor para “aparar as arestas”.
“Em nenhum momento eu marquei reunião junto. Tinha que ter uma conversa privada com ele [Pedro Taques] para discutir uma questão nacional. Essas divergências de opiniões entre o presidente do partido [Zeca Viana] e o governador [Pedro Taques] serão superadas com dialogo. Só peço que isso fique na discussão interna e não pública. Toda discussão pública desgasta a relação”, afirmou Lupi.
Ao lado do presidente nacional do partido, Zeca Viana, aparentemente, adotou um posicionamento mais ponderado, afirmando acreditar na permanência de Taques na sigla, mesmo estando com “relacionamento trincado” com o gestor estadual. Além disso, o deputado acredita que o governador não deseja sair de um partido onde ele é “o maior líder”.
Executiva Nacional
Pedro Taques também tem divergências em nível nacional com o seu partido. O governador não concorda com o apoio dado ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Em entrevistas ele chegou a declarar que seu partido não poderia “ser um puxadinho do PT”.
Carlos Lupi demonstrou tranquilidade ao falar sobre esta questão e adiantou que uma nova reunião já está sendo agendada para tratar sobre este apoio ao Governo Federal. O encontro deve ocorrer daqui a 20 dias, em Brasília – DF.
“O governador tem uma visão diferente da nossa. Ele defende que nós já devíamos ter rompido com o governo Dilma há algum tempo”, declarou.
Assedio de outros partidos
O ‘azedume’ no PDT de Mato Grosso despertou o interesse de outras siglas partidárias, que vislumbram as benesses de ter um homem forte em seu quadro de filiados.
Entre os que já realizaram o convite formal para a filiação do gestor estadual, está o Partido Social Brasileiro (PSB) – que no estado tem como nomes fortes o prefeito da capital, Mauro Mendes e o deputado federal Fábio Garcia, que deve assumir o diretório regional da sigla nos próximos dias.
Outra sigla que também se colocou a postos para acolher o governador, caso ele confirme sua migração, foi o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Além dos seus representantes regionais, como os deputados estaduais Wilson Santos e Guilherme Maluf, e o federal, Nilson Leitão, quem vem aliciando o gestor estadual é o ex-candidato à Presidência, senador Aécio Neves.
Sobre este assédio, Carlos Lupi classificou como normal, mas advertiu que tudo tem um limite. “O que não pode ter o assedio indevido, cada partido tem que respeitar os outros partidos, pois eu não saio por ai assediando membros de nenhuma outra sigla”, afirmou.
Na questão da possível candidatura de Taques para a presidência da República, o presidente do PDT tratou qualquer confirmação como precipitada.
“Potencial ele tem, mas nós não podemos colocar os trilhos a frente do trem [sic]. Agora, a prioridade do governador Pedro Taques é ser um bom gestor para o estado”, finalizou Carlos Lupi.