A crise com servidores públicos levou ao cancelamento da agenda do governador Mauro Mendes, em Brasília, onde ele estava desde segunda-feira (21). Mendes deve chegar a Cuiabá nas próximas horas.
Conforme a assessoria de imprensa, ele cancelou sua participação no Fórum dos Governadores. No 23º dia de mandato, o governador já está em nível de crise com os servidores públicos que antecessor, Pedro Taques (PSDB), enfrentou após dois anos de gestão, em 2016. Porém, o assunto é o mesmo.
Entidades sindicais cobram recuo do Executivo sobre medidas que mexe com direitos dos servidores enviadas para votação na Assembleia Legislativa. A principal é a de modificação na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) do Estado. Ela altera normas que, segundo o Fórum Sindical, a longo prazo, deve provocar desvalorização de 40% do salário.
Vinculada à lei fiscal está a proposta de novas regras para reajuste inflacionário da RGA (Revisão Geral Anual). O governo quer que o índice seja aplicado ao salário dos servidores somente com a formação de reserva financeira – ou seja, quando a receita corrente líquida for maior que a despesa corrente líquida.
Ontem à noite, o presidente do Legislativo, Eduardo Botelho (DEM) suspendeu a sessão programada de votação das mensagens do governo sem acordo com servidores. Sete dos 24 deputados votaram a favor de alterações nos projetos de lei.
Acampados
Desde a manhã desta terça-feira (22), centenas de servidores ocupam a galeria de visitantes e sala do plenário na Assembleia Legislativa. A ocupação já dura mais de 24 horas e por enquanto não tem hora para encerrar.
Conforme o coordenador do Fórum Sindical, Oscarlino Alves, os servidores passaram à noite em colchonetes, lençóis e até debruçados sobre os móveis dentro do Legislativo.
“A gente faz aquela brincadeira de dormir na escola, hoje vamos passar a noite aqui na Assembleia Legislativa dormindo nas cadeiras dos deputados, deputados derrotados sem reeleição e querem votar o pacote [fiscal]”.