Principal referência em urgência e emergência de Mato Grosso, o Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC) realizou mais de 16 mil atendimentos nos cinco primeiros meses deste ano. Embora a capacidade instalada seja de 248 leitos (incluindo a UTI adulto e pediátrica), a unidade operacionalizou uma média de 328 leitos, neste período, para atender toda a procura espontânea e demanda referenciada. De acordo com o levantamento, a maioria dos atendimentos é classificada como urgência e emergência (70%).
A unidade é considerada a principal referência no ‘Pronto Atendimento Ortopédico’ do Estado. Neste período, realizou 2.256 atendimentos à vítimas de acidentes de trânsito. Deste total, 1.540 (68,3%) resultaram de acidentes envolvendo motos. Em segundo lugar estão os acidentes envolvendo carros, com 424 (18,8%), seguido por atropelamentos, com 168 (7,4%), e bicicletas com 124 (5,5%).
Ainda quando era deputado estadual, o prefeito Emanuel Pinheiro foi responsável pela criação da Lei nº 10.415/16, que criou o “Maio Amarelo”, em consonância com o movimento internacional que desenvolve ações para chamar a atenção da sociedade para o alto índice de acidentes de trânsito, numa ação coordenada entre o poder público e a sociedade civil. Agora a frente do Alencastro, ele determinou a aplicação integral da Lei de sua autoria, por meio de campanhas educativas para a promoção da paz no trânsito.
O levantamento também revela que, dos 16.044 atendimentos, 3.141 (19,58%) foram à pacientes originários de outras cidades e até outros estados. Deste total, 12.903 (80,42%) são demandas de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que declararam residência na Capital. Em seguida aparecem os pacientes dos municípios que compõem a ‘Baixada Cuiabana’, com 1.855 (11,56%). Outras regiões ocupam o terceiro lugar com 1.253 atendimentos (7,81%), enquanto pacientes de outros estados representam 0,21% (33).
“O levantamento revela o cenário de toda a conjuntura da política de saúde de Mato Grosso, que se reflete nos corredores do Pronto Socorro. Isso porque muitos municípios do interior não dispõem de uma rede assistencial bem estruturada, principalmente para os casos de média e alta complexidade. Cuiabá reúne a melhor estrutura hospitalar do Estado, bem como profissionais das mais diversas especialidades médicas e equipamentos de ponta. E como o somos ‘porta aberta’, atendemos indistintamente quem chega ali clamando por socorro”, comentou a secretária Municipal de Saúde, Elizeth Araújo.
O balanço aponta também que 30,17% dos atendimentos são casos que influenciam o estado de saúde do paciente, mas que não representam risco de morte. Em segundo lugar aparecem as lesões, envenenamentos e outras consequências de causas externas, com 30,07% dos atendimentos. Em terceiro, com 18,16%, encontram-se as causas como acidentes de trânsito, tentativas de homicídio, agressões, quedas, afogamentos, tentativas de suicídio, queimaduras e etc.
Para a diretora da Atenção Secundária da Secretaria Municipal de Saúde, Dúbia Campos, os números indicam que muitos usuários do SUS da Capital ainda procuram, de forma equivocada, as unidades da atenção secundária e terciária, enquanto deveriam se dirigir às unidades básicas. “No entanto, jamais iremos recusar atendimento a qualquer cidadão, por menos urgente e mais demorado que seja o atendimento. Afinal, existe uma classificação de risco, na qual os casos mais graves são tratados como prioridade”.