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Em 4 anos, Mato Grosso registra assassinato de 23 pessoas trans

Nesta sexta-feira (29), Dia da Visibilidade Trans, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) lançou um dossiê que mostra que Mato Grosso registrou 23 assassinatos de pessoas trans nos últimos 4 anos.

 

O quantitativo de mortes de pessoas trans de Mato Grosso coloca o estado como o nono nacionalmente em que mais foram registrados assassinatos desta população e o primeiro do Centro-Oeste. Somente em 2020, 4 pessoas trans foram mortas em Mato Grosso.

 

Conforme o balanço, que pode ser acessado na íntegra aqui, a idade média das vítimas assassinadas por transfobia era de 29,5 anos. Contudo, houve registro de mortes de adolescentes de 15 anos.

 

Somada à baixa expectativa de vida, fatores sociais como raça, classe, leitura social e gênero podem agravar ainda mais a probabilidade de risco de violência, exclusão ou até mesmo morte de uma pessoa trans.

 

Segundo um dos gráficos do levantamento, pessoas trans podem estar socialmente mais expostas se elas se identificarem com o gênero feminino, forem negras, pobres e foram dos padrões.

 

Além disso, a falta de abertura no mercado de trabalho formal também é um dos impedimentos vivenciados diariamente por essa população.

 

De acordo com o balanço, 90% das pessoas transexuais e travestis ainda utilizam a prostituição como fonte de renda primária, sendo que apenas 6% estão presentes no mercado formal enquanto 4% estão trabalham na informalidade.

 

Em Mato Grosso, o movimento Mães Pela Diversidade emitiu uma carta aberta sobre a violência contra as pessoas trans. Assinado pela coordenadora do projeto, Josi Marconi Seixas, o documento cita o assassinato de 42 pessoas trans no estado em 10 anos.

 

"Na história da nossa sociedade ocidental, pessoas diferentes da norma são alvos de olhares desaprovadores e, no limite da aversão, de crimes violentos. Em 10 anos, 42 trans foram assassinadas em Mato Grosso. A vida delas é coisificada, pois não são tratadas como humanos e por isso assassinadas com requinte de crueldade. Essas vidas são interrompidas muito cedo, levando em conta ainda a alta taxa de suicídios", narra trecho do documento.

 

"29 de janeiro é o Dia da Visibilidade Trans. O Mães pela Diversidade MT vem, através desta nota, abraçar todas as pessoas trans, principalmente as que se encontram na difícil etapa de aceitação e transformação social. Solidarizar-se também com familiares, dando força para que estejam ao lado de seus filhos e não os deixando à mercê da hostilidade e da crueldade da transnfobia. Parem de matar nossos filhos e filhas transexuais, de olhar para eles com desprezo", acrescenta o documento.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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