Elon Musk tentou convencer Mark Zuckerberg a participar de sua tentativa de comprar a OpenAI por US$ 97,4 bilhões no começo deste ano, segundo um documento judicial. Se a parceria tivesse acontecido, os dois bilionários deixariam o passado marcado por rivalidade para trás. A Meta, a OpenAI, e Musk não comentaram o assunto.
A criadora do ChatGPT afirma nesse documento que Musk comunicou sua intenção de incluir o CEO da Meta em “possíveis acordos de financiamento ou investimento” na OpenAI. Não ficou claro de que forma essa comunicação ocorreu. Nenhum acordo foi assinado.
Em resposta incluída no processo, a Meta disse não haver evidências de que representantes da empresa tenham participado com Musk da oferta pela empresa de Sam Altman.
Qualquer parceria entre Musk e Zuckerberg representaria uma contradição. Os dois bilionários já trocaram ofensas nas redes sociais e ensaiaram marcar uma “luta na jaula” para resolver seus problemas.
O clima de “corrida espacial” para ver quem desenvolve a inteligência artificial (IA) mais poderosa também não ajuda. Tanto Zuckerberg quanto Musk investem bilhões de dólares na área.
As tensões cresceram ainda mais depois que Musk comprou o Twitter – e o transformou no X – em 2022.
Mas a possível união tinha um alvo específico: Sam Altman. Quando Musk colocou a proposta na mesa em fevereiro, o CEO da OpenAI ironizou e afirmou estar disposto a comprar o X por US$ 9,47 bilhões. Ou seja, 1/10 do valor oferecido pelo dono da Tesla.
Na ocasião, o advogado de Musk afirmou que a intenção da comprar da OpenAI era impedir que a empresa se tornasse uma organização com fins lucrativos.
Altman e Musk cofundaram a OpenAI em 2015, mas a relação melou quando Musk deixou a empresa três anos depois. Para intensificar ainda mais a briga, o dono do X criou sua própria startup de IA, a xAI.
Musk acusa a OpenAI de se afastar dos seus princípios fundadores, questiona o vínculo da gigante com a Microsoft, e pede na justiça que bloqueie o esforço de reestruturação interna.
No começo de agosto, Musk alegou que a Apple agiu de forma anticompetitiva ao promover o ChatGPT nos seus dispositivos enquanto ele ainda estruturava o Grok, seu chatbot de IA.
O bilionário chamou o ranking da App Store de uma “inequívoca violação antitruste” em um post nas redes sociais, e ameaçou tomar uma “ação legal imediata”. A fabricante do iPhone negou a acusação de favorecimento.
A OpenAI é administrada por um conselho sem fins lucrativos, mas esse grupo tem lucro. Além disso, a News Corp, dona do The Wall Street Journal e da agência Dow Jones Newswires, tem um acordo de licenciamento de conteúdo com a gigante.