É inegável que o brasileiro voltou a se preocupar com política. Não existe um boteco, um pé sujo, de Cedros a Fabico, que assunto mais discutido não seja política. Independentemente de ser política do Planalto, política do Paiaguás, política do síndico do seu prédio até política da Unimed.
– Eu fui conselheiro da chapa do Rubão. A Unimed era o maior anunciante do Estado! Não tem como sangrar tanto. Agora vai ser o certo. Vamos investir em qualidade. Vamos investir em transparência. Tudo vai ser diferente. Sem salas fechadas. Vai ser tudo concorrência! De um algodão a um aparelho radiológico! – dispara Viegas, cardiologista amigo meu de longa data.
Realmente. Se formos comparar quanto arrecada a prefeitura, quanto arrecada o governo, o que a Unimed gasta é um disparate. Ainda por se tratar de um monopólio. Ninguém vê nenhum outro plano de saúde gastar tanto. Minha animação ficou latente. Pegar uma rebarba de uma conta como Unimed levanta qualquer pipa.
– Que massa Viegas! Que venham novos tempos! Como estudei com Pelé, vulgo Trapizomba, irmão caçula de Rubão, vou pedir para participar da próxima concorrência. Tenho muita experiência em corporate business, a agência que eu trabalhava atendia Banco do Brasil Saúde, Metrô Rio, Souza Cruz, Cintra, CSN entre outras corporações na minha época do Rio. Aliás até o Eike a gente atendia.
Viegas interrompe minha euforia.
– Ih,João. Rola não. A conta vai ficar com quem fez a campanha eleitoral de graça. Por falar nisso, vocês vão na passeata domingo? Até já coloquei um adesivo: Não é golpe! É impeachment.