O empresário Eike Batista abriu mão de mais uma das empresas que criou. A IMX, holding de negócios nos setores de esportes e entretenimento, anunciou nesta quinta-feira (8) que a Mubadala Development Company, empresa de investimento e desenvolvimento de Abu Dhabi, adquiriu a participação que o Grupo EBX detinha na companhia e se tornou o novo acionista majoritário.
O valor do negócio não foi revelado.
A IMX não informou se irá alterar o nome da empresa ou retirar o 'X', a exemplo do que ocorreu com a MPX (atual Eneva) e Prumo (ex-LLX).
"Reiteramos que a mudança na participação acionária não afeta a programação dos eventos anunciados pela IMX, que continuará em sua jornada de sucesso na indústria de esportes e entretenimento em toda a América do Sul", disse a empresa, em comunicado.
Procurado pelo G1, o grupo EBX não comentou a saída de Eike do negócio.
O fundo Mubadala já adquiriu participação em projetos de mineração, mineação e petróleo do grupo EBX.
A IMX foi criada no final de 2011, resultado da parceria entre o grupo de Eike e a IMG Worldwide.
A empresa detém participação na marca Rock in Rio, possui os direitos sobre o Cirque du Soleil no Brasil e é uma das integrantes do consórcio (com a Odebrecht e AEG) que venceu a disputa para administrar o estádio do Maracanã. Entre as propriedades detidas pela IMX ainda está o evento de tênis Rio Open, a Plataforma de Golfe (Brasil Champions, CBG Pro Tour e Aberto Brasil) e o Brasileiro 4×4 de Futevôlei.
Em 2012, a IMX chegou a criar uma divisão para a gestão de carreiras de atletas e chegou a assinar contratos com nomes como Neymar e Gabriel Medina. Mas a iniciativa não foi adiante.
Queda do império de Eike
De homem mais rico do Brasil e 8º mais rico do mundo, Eike Batista viu seu império ruir. A fortuna pessoal que em 2012 chegou a ser estimada em mais de US$ 34 bilhões foi reduzida, pelas contas do próprio empresário, a um patrimônio líquido negativo de US$ 1 bilhão.
O tombo veio a reboque da derrocada da petroleira OGX (atual OGPar), que criou um efeito dominó nas demais empresas do grupo EBX, obrigando o empresário a abrir mão do controle de várias empresas, a vender vários negócios e até mesmo a se desfazer de bens pessoais como aviões, iates e carros de luxo.
Eike enfrenta agora, além de cobranças de dívidas, denúncias de crimes contra o mercado financeiro, de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha, além de processos administrativos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O empresário é réu em processo que está sendo julgado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro e teve bloqueado todos os seus ativos financeiros no país.
Eike é acusado de manipulação ao vender ações sem antes informar os investidores sobre a situação negativa das empresas e de uso indevido de informação privilegiada ("insider trading"). Se condenado, a pena mínima pode chegar a seis anos de prisão.
Das 6 empresas ‘X’ de capital aberto criadas por Eike, 3 delas já mudaram de nome e perderam o “X” na tentativa de se afastarem da imagem do fundador e 4 delas se encontram em processo de recuperação judicial para tentar evitar a falência e garantir a continuidade das operações.
Fonte: G1