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Egito e Emirados Árabes estreitam relações com Mato Grosso por meio do comércio de carne bovina

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam que as exportações de carne bovina de Mato Grosso seguem a todo o vapor. Em 2023, com um volume exportado de 589,19 mil toneladas em equivalente carcaça – o segundo maior volume exportado, ficando atrás apenas de 2022, quando a exportação foi cerca de 3% maior. Boa parte da demanda se deve ao Egito e Emirados Árabes Unidos. Ambos elevaram o consumo em 8,3% e 61,3%, respectivamente.

Além de atender o consumo da população brasileira, a carne mato-grossense chega a outros 83 destinos, sendo diferentes países e continentes. Essa aproximação comercial é resultado das atividades desenvolvidas pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), que vem promovendo informações sobre a sustentabilidade e qualidade da carne de Mato Grosso pelo mundo.

“O Imac tem participado de discussões internacionais e feiras de negócios em diversos países. O intuito é apresentar a cadeia produtiva da carne sustentável de Mato Grosso e ampliar novos mercados. Mato Grosso possui inúmeras garantias de exportação valorizadas por diversos mercados, como a sanidade animal, qualidade da carne e controles rígidos socioambientais”, ressaltou o diretor técnico operacional do Imac, Bruno Andrade.

Países que aumentaram a compra de carne bovina de Mato estão na rota das missões internacionais do Imac, há alguns anos. O Egito e os Emirados Árabes Unidos, visitados por representantes do Imac em 2022, se apresentaram como protagonistas e aumentaram seus volumes negociados em 8,39% e 61,39%, respectivamente, ocupando o segundo e terceiro lugares como maiores importadores de carne bovina mato-grossense, em 2023. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mostram que a China permanece como a principal compradora da carne bovina do estado, mesmo tendo reduzido suas aquisições em mais de 18% no comparativo anual com 2022.

Na avaliação de Bruno Andrade é necessário Mato Grosso diversificar e ampliar o número de clientes para não ficar na dependência de um único mercado comprador. “A China é e continuará sendo um dos principais mercados para o Brasil e Mato Grosso. Atualmente o país asiático tem comprado um pouco menos que nos últimos anos devido a sua economia, que desacelerou, além da uma certa proteção à sua produção doméstica, pois muita carne importada pode se refletir em preços mais baixos na cadeia produtiva local deles. É necessário diversificar para não ficarmos reféns de um único mercado, dessa forma evitamos os mesmos problemas que tivemos no passado com a União Europeia e Rússia. É importante buscar vender mais carne também para outros países”, afirmou o diretor técnico operacional do Imac.

Mato Grosso ajuda a alimentar o mundo

Cálculo feito pelo Centro de Dados Econômicos de Mato Grosso (DataHub MT) da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec) aponta um crescimento de rebanho bovino de 2% ao ano, atingindo a marca de 36 milhões de cabeças de gado até 2026, em território mato-grossense.

A expectativa para 2024 é de um cenário promissor. Bruno Andrade apontou que o ano será de bons números para exportação, repetindo o recorde dos últimos anos.

“Mato Grosso tem uma oferta alta na produção de animais jovens, que oferecem carne de boa qualidade. Muitas indústrias amplas, que possuem grande capacidade de processamento e já habilitadas para a abertura de novos mercados”, afirmou.

Missões internacionais

Ações internacionais promovidas pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) tendem a fortalecer ainda mais os laços entre parceiros comerciais. Há anos, o Imac tem participado de diversas missões internacionais ampliando o mercado da carne bovina sustentável do Estado.

A comitiva do Imac já percorreu países como a China, além de outros no Oriente Médio e Europa. Segundo Bruno Andrade, a meta para os próximos anos é aumentar a participação de Mato Grosso em eventos que proporcionem abertura, diversificação e consolidação da carne mato-grossense no mercado internacional.

“Cada país tem sua pauta específica. Ásia e Oriente Médio tratamos sobre a segurança alimentar e a qualidade da carne. Na Europa, focamos na sustentabilidade. E para 2025, estamos nos organizando para receber o Congresso Mundial da Carne, quando a capital de Mato Grosso será o local das discussões internacionais sobre a produção de carne bovina “, garantiu.

João Freitas

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