Foto: Andréa Lobo
O ex-secretário da Copa Éder de Moraes prestou esclarecimentos aos deputados estaduais que investigam, por meio de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), as irregularidades das obras da Copa do Mundo, em Cuiabá. O ‘ex-braço’ forte do governador Silval Barbosa (PMDB) disse que culpa dos atrasos e má execução das obras de mobilidade para o Mundial se deu por conta de Maurício Guimarães, secretário que o substituiu na liderança da Secretaria Extraordinária para assuntos da Copa e isentou José Riva da participação na mudança do Projeto do BRT para VLT.
Presidida pelo deputado Oscar Bezerra (PSB) a comissão questionou o ex-secretário sobre a participação dele na mudança do projeto de BRT para o de VLT (veículo Leve sobre Trilhos), preços nas passagens, transparência na prestação de contas aos órgãos de fiscalização como CREA, MP (Ministério Público), pagamento de propina para aprovação do VLT e sobre a ausência de projeto executivo para a implantação do modal de transporte entre Várzea Grande e a capital.
Os deputados se ateram a questões superficiais e a audiência não revelou nomes, valores ou informações que possam levar os auditores a encontrar respostas concretas. Em muitas questões, Éder disse que não participou do poder de decisão, já que foi afastado do cargo ainda em 2012 e que seu sucessor, Maurício Guimarães, é que assinou a maioria dos contratos questionados pela CPI.
O deputado Wilson Santos (PSDB) teve um pequeno embate político, após ser impedido pelo presidente da CPI, de fazer perguntas não relacionadas as obras da Copa. “O senhor Éder Moraes agradece a sua posição deputado Bezerra”, disse após ser cortado enquanto formulava sua pergunta objeto de investigação da Polícia Federal. “Hoje o ex-secretário (Éder) deu um ‘banho’ em todos os amigos parlamentares. Veio aqui na Assembleia Legislativa a passeio, só disse o que quis e reservou o seu direito de silenciar nas questões que o incomodam”, finalizou.
Em sua defesa Oscar Bezerra disse que Moraes havia chegado a AL com a condição de testemunha e que em um momento posterior ele poderia se sentar ali como réu e acusado, caso tivesse dito alguma inverdade. “Nós precisamos nos ater as questões pertinentes a nossa comissão de inquérito, que são as obras da Copa. O Senhor Éder não veio a passear aqui, veio elucidar questões que nós investigaremos”, disse Bezerra.
Em um último comentário Santos perguntou a Éder se ele não tinha medo de ser assassinado, por se tratar de um ‘arquivo vivo’. O ex-secretário disse que confia nas orações de sua mãe e em suas próprias, e que é e foi um homem que acrescentou muito ao estado de Mato Grosso.