Ao contrário de seus antecessores na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa, o ex-secretário de Estado Éder de Moraes disparou acusações e revelou que possui provas para incriminar até mesmo membros do Mistério Público do Estado (MPE). As declarações foram prestadas durante 4 horas na CPI presidida pelo deputado Oscar Bezera (PSB) na Assembleia Legislativa.
O ex-secretário extraordinário da Copa do Mundo em Mato Grosso, chegou no parlamento mato-grossense com seus advogados, assessores e um carrinho contendo 35 mil páginas em documentação que, segundo ele, possui todas as informações de sua gestão no estado. “Inclusive, o tão falado plano de mobilidade, com 330 páginas está aqui comigo. Isso precisa ser mostrado para a imprensa, não podem sair dizendo que o VLT foi tocado sem projeto. Está aqui um ‘obra – prima’ da mobilidade que foi concluída na minha gestão”, argumentou sobre a afirmativa de que o modal de transporte iniciou sem projeto.
Além disso, Moraes disse que encontrou um ‘monstrengo’ na extinta Agecopa (Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do Mundo do Pantanal) – que não possuía hierarquização nem ao próprio govenador. “Um modelo assustador onde se existia 7 reis para poucos servos, onde muitos mandavam e não tinha ninguém para obedecer”, disse na oitiva.
Agecopa
Segundo Éder de Moraes ele encontrou a pasta numa espécie de letargia há mais de três anos. O ex-secretário assumiu a Agecopa com a missão de dar andamento aos trabalhos para a Copa do Mundo. “Me pediram encarecidamente para que resolvesse os problemas que aquele ‘mostrengo’ tinha. Eu fui responsável pela extinção da Agecopa, pois o governador me deu ‘carta branca’ para resolver os problemas dali, pois ninguém tinha coragem para assumir aquela tarefa espinhosa”, argumentou Moraes.
Para o ex-secretário nada saia do papel, tudo permanecia no imaginário e a Copa estava se aproximando. O estudo para o BRT já estava concluído, contudo a ideia de implantação do VLT surgiu de forma politica e foi apoiada pelo ex-presidente da AL, José Geraldo Riva. Além de ganhar o apoio da população, imprensa e governo.
Para Eder, somente depois da criação da secretaria extraordinároa é que a Copa "começou a andar".
Ataques a gestão Taques
O ex-secretário da copa acusou o governador Pedro Taques (PSDB) de estar realizando uma gestão frouxa e covarde, ao ‘demonizar’ o VLT. “O governador Pedro Taques (PSDB) tem que jogar limpo com a população de Mato Grosso. o que ele está fazendo é covardia, ele não fez um viaduto nesses dez meses de governo e só fica jogando a culpa no passado. E assim lá se foram 25% do mandato de Pedro Taques”, disparou.
O ex-secretário trocou farpas com o líder do governo na AL, deputado Wilson Santos (PSDB). “Este governo tem um medo astronômico de toma decisões. Tudo tem consultoria, dar inicio que é bom não vi nada. O Governo vai passando e nada vai acontecendo. 100% das obras que estão tendo no interior são com recursos que Eder Moraes foi defender lá no BNDES. Sorrateiramente, o Governo muda o nome do programa MT Integrado para o Pró-Estradas. Diz que está conseguindo dinheiro. Mentira, o dinheiro estava contratado”, afirmou.
CPI contra o MPE
Questionado pelo deputado Wilson Santos sobre sua ‘birra’ com o Ministério Público, Éder disse que ninguém tem coragem de enfrentar o órgão. “Estou falando esse assunto para as paredes, ninguém toma providência. Acredito que traficam o medo, ninguém tem coragem de peitar o MPE, esta Casa, a OAB, nenhum órgão fiscalizador. Por quê? Mais uma vez, vou sofrer consequências por essa declaração, mas eu as sustento. Mas o MPE emitiu cartas de créditos aos seus membros, que me usaram para intermediar essas negociações com o Grupo Rede Cemat, em São Paulo, a compensação dessas cartas. Nesse caso, eu me proponho a ser o delator. Não recebi nenhuma vantagem financeira”, revelou.
O presidente da CPI, Oscar Bezerra, pediu que Eder volte à Casa e apresente documentos consistentes sobre a denúncia das cartas de crédito do MPE. A intensão seria criar uma CPI para investigar o órgão, na assesmbleia.