Essas foram as únicas palavras ditas pelo ex-secretário antes de entrar para a sala de audiência e ser ouvido novamente pelo juiz da 5ª Vara Federal, Jefferson Schneider.
Ao contrário das duas outras vezes em que compareceu à Justiça, desta vez Éder chegou pela porta da frente. Isto porque na última sexta (08) o ministro Dias Toffoli concedeu habeas corpus e Eder deixou a sede da Polinter, em Cuiabá, onde estava preso desde o último dia 23.
Defesa
Também nesta quinta, o advogado Paulo Lessa, um dos responsáveis pela defesa de Eder, deu declarações à imprensa alegando que poderia deixar a causa. Segundo ele, o ex-secretário, desde que saiu da prisão, teria 'desaparecido' e também não pagou seus honorários.
Questionado sobre este assunto, Eder não teceu nenhum comentário. Lessa, por sua vez, não comparaceu à Justiça Federal para acompanhar o depoimento de seu cliente.
O advogado e também amigo pessoal de Eder, Ronan de Oliveira, foi quem apareceu para audiência na tarde de hoje. Ele chegou antes mesmo de Eder e também preferiu não se manifestar sobre este impasse, tampouco comentou detalhes sobre o processo.
A expectativa é de que as oitivas de Eder sejam encerradas na tarde de hoje e já nesta sexta-feira (15), o juiz Jeferson Schneider interrogue a esxposa de Eder, Laura Dias e o superintendente do Bic Banco, Luiz Carlos Cuzziol, que também figuram como réus no processo.
A pedido da defesa, o outro réu, o ex-secretário adjunto do Tesouro Estadual, Vivaldo Lopes, teve o processo desmembrado e deverá ser ouvido somente quando terminada a perícia contábil nos documentos de transações bancárias realizadas pela sua empresa, a Brisa Consultoria.
Entenda o Caso
Eder Moraes, o ex-secretário adjunto do Tesouro Estadual Vivaldo Lopes, o gerente do Bic Banco Luiz Carlos Cuzziol e Laura Tereza da Costa Dias – esposa de Eder – se tornaram réus em ação penal que tramita na 5ª Vara da Justiça Federal pelos crimes de lavagem de dinheiro. A ação foi proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) e aceita pelo juiz da 5º Vara, Jeferson Schneider.
Investigação da Polícia Federal aponta que a Brisa Consultoria e Assessoria, pertencente ao ex-secretário Vivaldo Lopes, teria sido beneficiada com R$ 520 mil, repassados pela Globo Fomento Mercantil e Amazônia Petróleo (de propriedade do empresário Júnior Mendonça), num suposto esquema de lavagem de dinheiro.
Ainda segundo a denúncia, o ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes era o principal organizador do esquema. Entre fevereiro de 2008 e março de 2010, enquanto Eder estava à frente da Sefaz, Vivaldo era secretário-adjunto da pasta. Os empréstimos eram viabilizados via Bic Banco.
As transferências – de acordo com demonstrativo encaminhado à Justiça Federal – foram realizadas entre janeiro e março de 2010.
Atualizada 16h