Cidades

Economia criativa em ebulição na Capital

Pequenos empreendedores que fazem do seu produto um grande negócio. Mesmo com um conceito ainda não definido, a ‘economia criativa’ toma espaço em feirinhas da capital, trazendo uma nova opção aos artistas locais para divulgarem o trabalho sem gastar muito.

Este tipo de economia vem se fortalecendo nos grandes centros do mundo, principalmente em países em desenvolvimento, no intuito de gerar incremento econômico e sustentável. Essas empresas e empreendedores que transformam criação em produtos e serviços estão distribuídas em 13 áreas: arquitetura, publicidade, design, artes e antiguidades, artesanato, moda, cinema e vídeo, televisão, editoração e publicações, artes cênicas, rádio, softwares de lazer e música.

A gestora do projeto de economia criativa do Sebrae, Fernanda Arantes, avalia que este tipo de negócio traz viabilidade ao empreendedor para mexer com o capital intelectual, que vem de uma fonte inesgotável: “É uma maneira inteligente de atuação, mas ao mesmo tempo é um tema muito novo. O conceito se iniciou em 1997 e a gente ainda não tem um consenso de conceito no mundo todo. […] Este grande ‘guarda-chuva’ envolve os segmentos que têm a criatividade como matéria-prima, mas que querem gerar negócios com isso”.

Desde a década de 1990 as feiras de artesanato em Cuiabá começaram a ocupar lugares movimentados da cidade. Como os estandes montados semanalmente na Praça Santos Dummont, na Avenida Getúlio Vargas. Após investimento dos artesãos locais, outros pontos foram polarizados na capital, e hoje já somam nove.

“A economia criativa só acontece quando existe esta convergência dos segmentos. Esta conversa entre eles […]. Quando tem envolvimento da política pública, a coisa flui muito melhor, com muito mais naturalidade e muito mais propósito, porém a iniciativa é da economia”, diz Fernanda.

Trabalho em conjunto – A prova de que a economia criativa está em destaque na capital é o sucesso das feirinhas da cidade, além dos artesãos que expõem nelas. Uma delas é montada no Espaço Magnólia, que trabalha com o projeto há três anos e foi nomeada “Feira da 24”.

A proprietária do local, Creuza Medeiros, é uma das empreendedoras que largou o emprego para investir neste novo conceito. Para ela, é possível o criativo viver da sua arte. “É muito possível. Chegou a nossa vez. O que eu sempre digo é que os criativos são obrigados a trabalhar da forma que não gostam para sobreviver, e nas horas vagas fazer o que gostam. Hoje é uma tendência mundial de que a pessoa viva do que ela gosta de fazer”.

Outro exemplo é a artesã Bianca Poppi, com o brechó montado com produtos de desapego próprio, além de produção, como acessórios em crochê. “Eu e um amigo, o Alexandre Cervi, jogamos a ideia de montar o brechó lá [no Magnólia], com o conceito dos ‘mercados de pulga’ que ele visitou na Europa. E numa conversa de 30 minutos, nasceu a feirinha com todo conceito, nome e data programada”, contou.

Ela também defende quem vive desta alternativa, pois acaba se desvencilhando de um sistema impositivo: “Eu tenho pensado muito que faço parte de uma geração que não quer trabalhar num empresa com essa coisa de hierarquizações, subir de cargo, ser superior, mas sim trabalhar em conjunto mútuo, se dedicar ao que realmente ama, ir contra essa corrente massiva de produção, ter um estilo de vida mais leve, menos concorrente e mais coletivo. Fazer coisas que vão agregar para sua vida e para a sociedade no seu entorno”.

Caso que aconteceu com a empresária Hévelyn Alberini juntamente com o esposo, Jean Carlos Segovia. Eles largaram os respectivos empregos para seguir um sonho – literalmente. Após acordar com as ideias fervilhando, a administradora de empresas seguiu a intuição e começou a fazer cursos de gastronomia.

Hoje, o casal tem uma microempresa de pães, torradas e patês. Além da produção, eles entregam o produto na casa do cliente que participa do “plano fidelidade”. “Estamos muito mais felizes, realizados e satisfeitos. Este conceito de trabalho requer muito investimento no conhecimento da pessoa. Aprendemos muito com isso, além de estarmos ganhando bem mais do que na época em que trabalhávamos nas empresas como subordinados”.

Confira reportagem na íntegra.

Noelisa Andreola

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