A epidemia de ebola deixou 2.811 mortos na África Ocidental, de 5.864 casos, indica o último registro da Organização Mundial de Saúde (OMS), apresentado nesta segunda-feira (22).O registro anterior, de 14 de setembro, apontou 2.630 mortes, de 5.357 casos.A Libéria, país mais afetado, registrou 1.578 mortos em 3.022 casos, segundo a OMS em seu documento. Nos outros dois países assolados, houve 632 mortes na Guiné, de 1.008 casos, e 593 mortes em Serra Leoa em 1.813 casos.
"De uma forma geral, a doença no Senegal e na Nigéria está sob controle", considera a agência das Nações Unidas.Na Nigéria, foram contabilizadas oito mortes em 20 casos. O último caso foi registrado no dia 8 de setembro. No Senegal, apenas um caso foi registrado, o de um estudante guineano que teve a cura anunciada pelas autoridades senegalesas em 10 de setembro.
Não existe vacina ou tratamento específico homologado para a febre hemorrágica ebola. A epidemia atual, declarada no início do ano na Guiné, é a mais grave desde a identificação do vírus em 1976.O Conselho de Segurança das Nações Unidas considerou em 18 de setembro que esta epidemia é uma "ameaça à paz e à segurança internacionais". A OMS reafirmou nesta segunda que o mundo enfrenta uma emergência de saúde pública.
Preocupação da Fifa
Nesta terça-feira (23), a Comissão de Medicina da Fifa, órgão máximo do futebol mundial, informou que não vai impor proibição a viagens realizadas aos países afetados pelo vírus, porém, aconselhou que se adiem todos os cursos da organização que não são essenciais ou urgentes.Diante do problema, a Fifa anunciou que vai analisar urgentemente formas de colaborar mediante "o poder do futebol" na luta contra a doença nos países afetados, com o objetivo de ajudar a difundir mensagens importantes para a prevenção à enfermidade.
Impacto econômico catastrófico
Na última semana, o Banco Mundial advertiu que o impacto econômico do ebola pode ser "catastrófico" nos três países no epicentro da epidemia (Serra Leoa, Guiné e Libéria), e causaria um prejuízo de quase US$ 2 bilhões (R$ 4,6 bilhões) até 2015.O documento afirma que, se a epidemia não for contida em breve, o impacto econômico negativo no próximo ano pode ser oito vezes maior do que se ela for controlada."O principal custo dessa epidemia trágica está na perda de vidas e no sofrimento causado, mas nosso estudo mostra que, o quanto antes agirmos e conseguir reduzir os níveis de medo e incerteza, menor será o impacto econômico", disse Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial.
Segundo a instituição, as economias de Guiné, da Libéria e de Serra Leoa já terão uma perda de US$ 359 milhões (R$ 807,7 milhões) em 2014. Se a epidemia fosse contida, haveria uma perda de mais US$ 97 milhões em 2015. Caso contrário, esse impacto pode chegar a US$ 809 milhões.Na terça, a instituição aprovou uma doação de US$ 105 milhões para conter a expansão da doença na África Ocidental. O financiamento é parte de uma promessa de assistência de US$ 200 milhões que o Banco Mundial aprovou no início de agosto para ajudar Libéria, Serra Leoa e Guiné a conter a epidemia. A Libéria, país com o maior número de infecções pelo vírus, receberá US$ 52 milhões; Serra Leoa, US$ 28 milhões e a Guiné, US$ 25 milhões.
G1