Trocar açúcar por mel pode parecer mais saudável, mas a escolha depende de alguns fatores: veja o que diz uma especialista sobre essa mudança
Por Jonatas Magno, Receitas
Você já ouviu falar em substituir o açúcar por mel? A prática é comum entre quem busca uma alimentação mais natural, mas será que o mel é realmente mais saudável? Para entender melhor, o Receitas conversou com a nutricionista e produtora de culinária do Mais Você, Daniela Meira.
🍯 Mel é mais saudável que açúcar?
A escolha entre mel e açúcar ser mais saudável ou não depende do contexto e da quantidade consumida. O mel é um alimento natural, produzido pelas abelhas, e contém pequenas quantidades de vitaminas (como B1, B2 e B6) e minerais como potássio, cálcio e magnésio, além de compostos bioativos com potencial antioxidante e antimicrobiano. Já o açúcar refinado é um produto ultraprocessado, sem valor nutricional e com alto teor calórico. No entanto, ambos são fontes concentradas de carboidratos simples e o excesso pode levar ao aumento de peso, resistência à insulina e inflamação.
Uma colher de sopa de mel (20 gramas) tem cerca de 61 calorias, enquanto a mesma medida de açúcar (10 gramas) tem aproximadamente 40 calorias. Apesar disso, o mel é mais doce que o açúcar, o que permite seu uso em quantidades menores. Além disso, ao contrário do açúcar refinado, o mel contém antioxidantes, vitaminas e minerais.
Desde que usado com moderação e dentro de um contexto alimentar equilibrado, o mel pode ser usado como uma alternativa mais nutritiva que o açúcar refinado. O mais importante é repensar a frequência e a quantidade de qualquer adoçante, priorizando o paladar natural dos alimentos.
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Tipos de mel: sommelière de mel fala sobre o produto — Foto: Reprodução da internet/Unsplash
🍯 E quanto ao índice glicêmico?
O mel apresenta um índice glicêmico menor que o do açúcar refinado, especialmente quando se trata do mel cru e mais escuro. Isso significa que ele provoca um aumento mais gradual nos níveis de glicose no sangue. No entanto, ainda pode elevar a glicemia.
Sua composição — que combina frutose e glicose em proporções variadas — influencia esse impacto. Quanto maior a concentração de frutose, menor tende a ser o índice glicêmico. Mesmo assim, isso não elimina os riscos para pessoas com diabetes.
🍯 Contraindicações do mel
- Diabéticos: não é recomendado o uso rotineiro. Mesmo com o índice glicêmico ligeiramente menor, o mel aumenta a glicemia. Pode ser usado com cautela, de forma pontual e em receitas com bom aporte de fibras e gorduras boas.
- Crianças menores de 1 ano: proibido! Há risco de botulismo infantil, uma infecção grave causada por Clostridium botulinum.
- Alérgicos a pólen: cuidado. O mel pode conter traços de pólen e causar reações alérgicas, especialmente em pessoas sensíveis.
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Pessoas com diabetes devem ter cautela no consumo de mel. — Foto: Reprodução da internet/Unsplash
Existem alternativas ao mel que ajudam a reduzir o impacto glicêmico do açúcar de forma ainda mais eficaz. A nutricionista listou algumas delas:
- Xilitol e eritritol: polióis com baixo índice glicêmico e sabor neutro. Atenção à tolerância digestiva.
- Stevia e taumatina: naturais e sem calorias, ideais para diabéticos.
- Tâmaras e banana madura: usadas em preparações caseiras, adicionam sabor, fibras e micronutrientes.
- Alulose (emergente): pouco absorvida, com potencial antioxidante e IG praticamente nulo.
Foto Capa: Reprodução da internet/Unsplash
Fonte: https://receitas.globo.com