Opinião

E agora que vocês sabem?

Assim como prevê a nossa Constituição e os códigos de direito de nosso país, nenhuma pessoa de bem e de caráter de Mato Grosso pode alegar que não sabe qual é o verdadeiro caráter do governador José Pedro Taques.

Sabemos da sua escandalosa incompetência como gestor público, sabemos de toda a sua prepotência e arrogância, sabemos da sua demagogia crônica, sabemos de todo o seu desprezo pelos funcionários públicos, mesmo ele tendo sido por quinze anos servidor público. Sabemos que, ao contrário da imagem que ele passava, enquanto Procurador da República, de obstinado e corajoso, é, na verdade, covarde e dissimulado. Sabemos do seu deslumbre pelos ricos e poderosos. 

    Sabemos da sua total falta de sensibilidade para com os mais humildes, uma vez que deixou a saúde do estado chegar a um estágio terminal, acarre-tando sofrimento para milhares de pessoas em todo o estado.
Fica nítida essa falta de sensibilidade, quando torra milhões em Nova York com sua trupe de baba ovo, e se nega a repassar o mínimo para os municípios, para que possam dar um atendimento, mesmo que precário. Sem repasse também para os hospitais regionais, que é de sua inteira responsabilidade, fazendo vários fecharem suas portas. 

    Sendo um ex-procurador da república, muitos também pensaram que ele daria ênfase ao combate ao crime organizado no estado, mas sabemos que a criminalidade cresce em escala industrial em Mato Grosso. 

    O governador também foi professor e, na propaganda eleitoral, dizia ser filho de uma professora. Todos imaginaram que a educação seria o carro chefe de seu governo. Agora sabemos que a Secretaria de Educação de Mato Grosso só serviu ao propósito de desviar dinheiro público, a princípio para pagar suas dívidas de campanha. O senhor governador colocou à frente da Seduc pessoas de sua inteira confiança, e o esquema de corrupção foi organizado  pelo seu coordenador financeiro de campanha, pessoa essa, que até pouco tempo gozava da sua extrema intimidade. 

    Sabemos que os milhões desviados do Detran, do governo anterior, conti-nuaram durante a sua gestão. E as investigações apontam que o beneficiário de esquema milionário de desvio de dinheiro público, além de ser o secretário mais próximo, seria também  seu parente, que também é de sua extrema confiança, que é de dentro de sua casa, ou de dentro de sua cozinha, como preferir. Enquanto isso, o cidadão, que paga impostos, que votou nele, para fazer uma simples vistoria no Detran, tinha que chegar às seis horas da manhã para ser atendido ao meio dia, uma hora da tarde. 

    Sabemos que por seu desinteresse pelo bem estar das pessoas, junto com sua incompetência, não conseguiu concluir nenhuma obra iniciada no governo anterior. Sabemos que transformou o estado num grande cabide de emprego, para aqueles que o bajulam e também como moeda de troca para os parlamentares estaduais e federais.

    Quando candidato, criticava duramente os deputados estaduais, dizendo que a Assembleia Legislativa não passava de um puxadinho do Paiaguás. En-tretanto, a maioria desses parlamentares que ele tanto criticava, hoje fazem parte da sua base. Com algumas exceções, e a essas exceções eu peço per-dão, pois sabemos agora, que de puxadinho do Paiaguás, a Assembleia Legis-lativa se tornou uma casinha de cachorro adestrado no fundo do quintal. 

    Há seis anos atrás eu já dava o grito de alerta sobre quem era o verdadeiro José Pedro Gonçalves Taques. Fui extremamente criticado e até mesmo discriminado. Agora sabemos que as pessoas de bem, comprometidas, que iniciaram essa caminhada lá atrás com ele, iludidas, descobriram seu caráter e já abandonaram esse projeto falido, que deixou o estado sem uma agenda, à deriva. 

    Sabemos do abandono aos municípios, sabemos do abandono das estradas do interior. Sabemos que sua única ação é tirar proveito de pessoas humildes, num engodo, condenado pelo Ministério Público Federal e pelo Conselho Federal de Medicina, chamado de Caravana da Transformação. Se houvesse eficiência e dedicação do governador com a saúde de nosso estado, não haveria fila de espera. Já estamos no quinto secretário de saúde e sabemos que as coisas continuam piorando. 
    Em seus discursos de frases feitas, que parecem ter sido tirados da revista Caras, que deve ser sua revista preferida, pois sabemos do seu fascínio pelas elites, de ser classe alta, prometia um estado transparente, mas agora sonega informação até para os órgãos de controle, como o Tribunal de Contas do Estado, em defesa dos barões do agronegócio, que sabemos patrocinou financeiramente a sua chegada ao Paiaguás e dai a sua submissão ao seguimento. 

    Agora sabemos que comete um dos crimes mais graves numa democracia: escutas ilegais de seus opositores ou de quem oferece algum risco, ou quem sabe, simplesmente pela função de chantagear. 

    Sabemos que é vingativo e que guarda seus rancores dentro do freezer de sua casa. Movido por um complexo de inferioridade, do qual não consegue se livrar, mesmo tendo alcançado o poder, a fortuna e a notoriedade, que ele tanto perseguiu, numa tara descomunal pelos holofotes, continua implacável na perseguição daqueles que o criticam. Além de grampos ilegais, sabemos que através da Secretaria de Comunicação, onde torra mais de cem milhões por ano, e através do seu atual secretário, usa de expedientes do mais baixo nível para atingir seus opositores. Secretário esse denunciado na Ararath, que ele tanto combateu nos seus discursos. 

    Para finalizar, sabemos da integridade moral, da competência e do com-promisso do doutor Mauro Zaque, que está há quase trinta anos no Ministério Público desse estado, sem ter nenhum questionamento ou uma mácula. 

    Agora eu pergunto a vocês, pessoas de bem do nosso estado, pergunto a vocês pais de família, pergunto a vocês líderes partidários, pergunto a vocês líderes sindicais, pergunto a vocês líderes de associações,  de instituições como Lions, Maçonaria, Igreja Católica e Evangélicos, agora que vocês sabem, o que irão fazer a respeito? 

    Usando uma de suas frases de efeito, eu diria que neste momento o que me assusta não é o barulho da incompetência, das ilegalidades cometidas, da corrupção desenfreada, e sim o silêncio das pessoas de bom caráter deste estado. 

Rodrigo Rodrigues, jornalista e gestor público.

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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