Dois integrantes de uma facção criminosa foram presos em flagrante na madrugada desta sexta-feira (17), em Cuiabá-MT, acusados de envolvimento no assassinato de Felippe Fernandes Rodrigues da Silva, de 21 anos. A vítima era suspeita de estupro e teve o seu corpo encontrado com diversas marcas de tiros no Cinturão Verde, no bairro Pedra 90.
De acordo com o delegado Mário Roberto Santiago, ambos os suspeitos foram capturados no mesmo bairro onde a vítima foi localizada.
Conforme as investigações, a execução teria sido ordenada pela organização da qual os suspeitos seriam membros como forma de castigo ao jovem por cometer, supostamente, o abuso sexual contra uma adolescente de 16 anos.
O crime está sendo investigado pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que apura se outras pessoas também participaram do homicídio.
O caso
Felippe e um outro rapaz foram presos pela Polícia Militar e levados para a Central de Flagrantes no último domingo (12) acusados de estuprar uma adolescente. Os jovens prestaram depoimento e foram encaminhados para a audiência de custódia, onde foram colocados em liberdade com medida cautelar de uso de tornozeleira eletrônica.
No entanto, dois dias depois começaram a circular em grupos de aplicativos de mensagens de que integrantes de uma organização criminosa estavam atrás da dupla suspeita de praticar o abuso para aplicar o 'salve' – espécie de punição imposta pela facção.
Felippe Fernandes foi à Central de Ocorrências da Polícia Civil e registrou um boletim de ocorrências informando que estava sendo ameaçado por membros do grupo e passou o nome de uma pessoa que estaria por trás das mensagens.
No mesmo dia em que registrou a queixa, Felippe desapareceu e a família registrou um novo boletim comunicando o desaparecimento dele. A vítima, conforme os relatos, tinha sido levada por criminosos da organização criminosa.
Ontem, agentes da DHPP e do Núcleo de Pessoas Desaparecidas (NPD) deram início às diligências e conseguiram rastrear o aparelho de monitoramento utilizado pela vítima.
Os policiais foram até o endereço indicado, no bairro Pedra 90, e se depararam com o jovem já sem vida com marcas de tiros na cabeça e nas costas. A área foi isolada até a chegada da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que fez os trabalhos de análise e o levantamento de dados para apurar o caso.
O corpo foi liberado para o Instituto Médico Legal (IML), onde serão realizados os exames de necropsia.
A partir das informações dos boletins de ocorrências registrados, os policiais da DHPP chegaram à identificação de duas pessoas envolvidas no homicídio.
O delegado Mário Santiago ouviu também a vítima do suposto estupro, além de familiares de Felipe.
