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Dupla do CV é sentenciada a 55 anos de prisão por matar namorada de rival em Tangará da Serra

Dois integrantes do Comando Vermelho foram condenados pelo Tribunal do Júri da Comarca de Tangará da Serra (242 km de Cuiabá) a 55 anos de prisão pelo assassinato de Jusselia de Aparecida dos Santos. A vítima era namorada de um membro de uma facção criminosa rival à dos suspeitos. O crime foi motivado por disputa pelo controle do tráfico de drogas na região.

O Tribunal do Júri da comarca de Tangará da Serra (a 256 km de Cuiabá) condenou os réus, e pelos crimes de homicídio qualificado, corrupção de menor, coação no curso do processo e por integrarem organização criminosa.

De acordo com a denúncia, Gilberto Alves de Oliveira Junior, vulgo “D’Glock”, liderava o Comando Vermelho em Tangará da Serra e, visando à disputa por território e lucro, a organização decidiu matar integrantes da facção rival Primeiro Comando da Capital (PCC), que também comercializam drogas na região — entre eles, Helrique Franquillin de Oliveira Mello Gonçalves.

Conforme as investigações, em fevereiro de 2023, Adão Silva Monteiro, conhecido como “Mago”, a mando de Gilberto, um adolescente e uma terceira pessoa não identificada foram até o bar de Jusselia, namorada de Helrique, a fim de atraí-lo para uma emboscada. Ao chegarem ao estabelecimento, em posse de armas de fogo e facas, eles renderam Jusselia e usaram o telefone celular dela para enviar mensagens a Helrique pedindo que ele fosse até o local.

Entretanto, Helrique não compareceu, fato que levou à instauração de uma espécie de “tribunal do crime” e, por meio de chamada de vídeo, Jusselia foi “condenada à morte” por Gilberto, que ordenou sua execução. Então, o denunciado Adão Silva Monteiro e o menor. desferiram um golpe violento no rosto da vítima, causando-lhe intenso sofrimento, em evidente sinal de tortura.

Com Jusselia agonizando caída no chão, eles desferiram mais golpes que atingiram o pescoço e as costas da vítima, levando-a a óbito, conforme laudo de necrópsia.

Os executores ainda realizaram um vídeo e fotos que demonstram a crueldade e a tortura contra a vítima. Os três fugiram do local, deixando as facas próximas ao corpo de Jusselia.

Após os fatos, a polícia realizou diligências que levaram até o adolescente (que teve sua voz reconhecida no vídeo gravado). O jovem confessou ter participado do crime e apontou o envolvimento de Adão na execução, a mando de Gilberto.

Também consta na denúncia que, no dia 24 de fevereiro de 2023, Adão — a mando de Gilberto — coagiu e proferiu graves ameaças de morte contra a testemunha Daniel Marcelino Dias, que estava no bar quando eles chegaram para executar a vítima, fazendo com que ele não identificasse os autores do crime na ocasião em que prestou depoimento.

Penas – O Conselho de Sentença reconheceu a autoria e a materialidade dos crimes, considerando agravantes como reincidência e a alta periculosidade dos acusados. Gilberto Alves de Oliveira Junior foi condenado a 31 anos e 11 meses de reclusão e dez dias-multa, e Adão Silva Monteiro teve a pena fixada em 23 anos, um mês e sete dias de reclusão, além de dez dias-multa. A sessão de julgamento foi realizada no dia 10 de abril.

João Freitas

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