O desembargador Rui Ramos sugeriu que o Tribunal de Justiça (TJ) não abrirá a mão das parcelas atrasadas do duodécimo. Ele afirmou que a dívida poderá ser renegociada com o Executivo para pagamento em “momento oportuno”. O tribunal tem hoje cerca de R$ 100 milhões a ver com o Executivo acumulados desde 2016.
“Esses valores não estarão prescritos, isso é acertável, é arredondável, digamos assim, de modo adequado num momento propício. O Estado de Mato Grosso não vai se dissolver. Passamos todos por dificuldades? Passamos, mas conseguiram fazer melhorias [em serviços do Tribunal de Justiça] em qualquer sentido que vocês quiserem ver”, disse.
O desembargador entregou a presidência do Judiciário para o desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha nesta quarta-feira (19) em cerimônia realizada no prédio do TJ, em Cuiabá. Ao ser questionado sobre a discussão dos duodécimos com o governador Mauro Mendes (DEM), Rui Ramos afirmou que não vê o problema atrelado a gestores.
“Eu não faço distinção entre o governador Pedro Taques e o governador eleito Mauro Mendes. A questão é Mato Grosso. Fosse um ou fosse outro nós teríamos agido da mesma forma, teríamos entrado para dentro com um conceito de colaboração. Um passo para além do que tomamos hoje teríamos um grande prejuízo para o Judiciário”.
O reajuste do duodécimo deve ser uma das discussões a abrir o ano de 2019. Recentemente, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, afirmou que não será possível aprovar o pedido de reajuste por causa do aperto financeiro previsto para o Estado. A equipe de Mauro Mendes irá trabalhar com a estimativa de déficit de R$ 1,5 bilhão.