Opinião

Duas perguntas que têm o poder de comprometer uma equipe

Dei as boas-vindas a uma colaboradora nova, que começou há 2 semanas, no financeiro. E perguntei a ela:

E aí o que está achando da empresa? Com um sorriso amarelo, ela respondeu:

– Legal.

Depois entendi o motivo. Após a aprovação para ocupar a função, ela entrou pela porta da empresa direto para o financeiro, e ali foi treinada arduamente pela gestora da área para dar conta da tarefa.

Ela não foi apresentada à empresa. Seu caminho era da entrada para a sala do financeiro, onde saia só para o almoço ou ir embora.

Ela não conhecia ninguém, e nem sabia nada sobre a essência da empresa.

Era uma colaboradora do século XXI, inserida em um sistema inconsciente da era Fordismo, alienada a sua função e desconectada dos outros setores e processos. Consequentemente em pouco tempo, sentiu-se desmotivada, desanimada, improdutiva e limitada.

Inserida também naquele grupo da famosa frase proferida por muitos gestores:

– Limitada! Não pensa! É duro encontrar gente boa.

Naquele movimento comum, que costumo observar nas empresas, nas quais o líder se isenta de responsabilidade e culpa o outro, o sistema ou a crise pelos resultados negativos.

POR QUÊ?

PARA QUE?

São perguntas que deveriam existir no vocabulário de todo líder e de todo profissional, quando falamos de metas e direcionamentos.

Empresas de sucesso são compostas de pessoas que são comprometidas com a essência da empresa. Envolver as pessoas a nível de essência, não é possível com respostas, que infelizmente, ainda ouço em algumas organizações.

-Por que?

-Porque o chefe mandou …

-Para que?

-Para você não perder seu emprego.

 -Por que?

-Porque eu tô mandando!

Infelizmente, eu digo, que isso talvez seja um dos maiores motivos de um “descomprometimento” e que geram alguns comentários entre os gestores decepcionados:

– Parece que as pessoas não pensam! Fazem as coisas por fazer. Por obrigação!

Diante desses acontecimentos, convido você a fazer a primeira reflexão em relação ao "descomprometimento" da sua equipe: Como você trata essas pessoas?

Você é um líder que incentiva as pessoas da sua equipe a pensarem? Você é um líder que faz pergunta ou entrega todas as repostas? Tudo sempre pronto? 

Em que nível você se coloca ao se relacionar com as pessoas que lidera?

Você é um gestor que se preocupa em envolver sua equipe com a essência da empresa, ou sua preocupação está somente em fazer com que  cumpram a tarefa a eles delegada?

Porque se você os trata desta forma, sem as informações do:

PORQUE (motivo para fazer) e do PARA QUE (consequências da ação para o sistema como um todo), quando você faz um direcionamento, esteja satisfeito, se a sua equipe ainda entrega as tarefas dentro da média. Pois resultados acima da média dependem de pessoas conectadas com a essência da empresa, que colaboram para o cumprimento de uma missão, de um propósito, do motivo de "existir" naquilo que fazem, para além de simplesmente o cumprir de uma atividade.

Aqui estamos falando sobre a essência, o motivo que move cada ação em uma função específica. O que faz o colaborador se sentir feliz fazendo o que faz?

Gestor, convido você a observar:

Qual a essência do negócio que você lidera?

Qual foi o motivo lá atrás, desse negócio ter sido criado, além de gerar recursos financeiros?

A necessidade de quem ele veio suprir? O desejo de quem ele veio atender, que o moveu até aqui?

E ainda provoco você líder: o que lhe conecta nesta função para além das tarefas a serem feitas, para além dos seus ganhos financeiros?

O que lhe mantém neste negócio?

Como você quer ser reconhecido?

Se por acaso você estivesse atrás da porta, o que você gostaria que as pessoas falassem de você?

Essas perguntas lhe ajudarão a compreender a essência do negócio, na qual você faz parte, e que deverão guiá-lo e ser a base de todo o direcionamento que for fazer junto a sua equipe.

Quando for compartilhar uma meta, um objetivo, cobrar os resultados, elogiar ou corrigir um comportamento, neles sempre deverão estar contidos: “O PORQUÊ e O PARA QUE” que serão os grandes conectores das tarefas, da responsabilidade com a essência da empresa.

É isso que move uma organização, é isso que move as pessoas com brilho nos olhos, comprometidas e apaixonadas pelo que fazem! Isso que as faz se sentirem úteis, contribuindo com a organização, não simples peças de um relógio. Como máquinas sem vida.

Cynthia Lemos é Psicóloga Empresarial e Coach na Grandy Desenvolvimento Humano. Especialista no Desenvolvimento de Líderes e Empresas tem a missão de: Expandir a Consciência e Gerar Ações Transformadoras – para pessoas e empresas que desejam evoluir em seus projetos e objetivos. Email: cynthia@grandy.com.br

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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