Habitantes cada vez mais comuns do céu de Cuiabá, os Drones é o, não tão novo, queridinho do momento. Os robôs voadores de pequeno porte comandados com a ajuda de um controle remoto servem para uso pessoal ou profissional. As imagens aéreas estão ganhando destaque, pois além de bonitas, trazem detalhes antes não vistos por quem habita o solo.
Os pequenos ‘aviões’ estão disponíveis em vários modelos, dos baratos e mais simples, aos completos e profissionais que exigem tempo e dedicação para controlá-los. O Brasil ainda não produz drones, e os preços são os mais variados, indo desde R$ 300 até a R$ 30 mil. São, na sua maioria, importados de outros países, como Estados Unidos ou Paraguai, e a maioria já vem equipada com câmeras HD, Full HS e 4k.
Segundo o site Techtudo, especialista em tecnologia, entre os aparelhos mais famosos estão a série Plantom, da DJI, que permite transmissões ao vivo e o Candide Intruder e Syma, sendo o último o mais indicado para iniciantes. Nesta reportagem, o Circuito Mato Grosso conversou com profissionais que estão inovando o mercado utilizando e investindo nos robôs não tripulados.
Drone Cuiabá
O que antes era hobby se tornou um negócio próspero para o desenvolvedor de sistemas, Djalma Ribeiro, que há três anos criou a Drone Cuiabá uma das pioneiras na Capital a oferecer o serviço. Esportista e fotógrafo nas horas vagas, Djalma juntou o útil ao agradável e deu certo.
“Eu praticava esportes, tinha uma câmera GoPro e no auge dela surgiu o drone. Eu comprei pensando nas imagens que poderia fazer com o equipamento durante a prática de esportes, mas depois pensei: é uma coisa nova, se eu anunciar o serviço posso pegar alguns trabalhos e ganhar um dinheirinho. Criei um site e anunciei o serviço, foi assim que criei a Drone Cuiabá”, contou o empresário.
Trabalhando há 12 anos no Tribunal de Justiça, Djalma começou a prestar serviços nas horas em que não trabalhava. Mas para que ele ficasse conhecido, precisou praticar com o novo equipamento e fazer algumas imagens da cidade. “Fiz alguns conteúdos da cidade, porque não existiam imagens aéreas de Cuiabá. Coloquei no Facebook e rapidinho bombou, explodiu e em uma semana eu tive 60 mil visualizações”.
O negócio deu tão certo que em 2016 ele saiu do TJ e passou a trabalhar em tempo integral na empresa. “Começaram a me procurar para fazer serviços em Mato Grosso e em outros estados. Faço trabalhos para empresas publicitárias, produtoras, órgãos públicos e empresas privadas que me contratam para fazer imagens variadas”, explicou.
A Drone Cuiabá se especializou em prestar serviços para Construtoras de Imóveis. “Faço imagens aéreas, terrestres, internas, foto, vídeo e edição. Para essa parte nós conseguimos fazer um trabalho completo, sem depender de outras empresas e são essas empresas de construtoras que nos procuram para fazer imagens de vários empreendimentos em várias regiões”.
O trabalho da Drone Cuiabá pode ser conferido no site www.dronecuiabá.com.br, no Facebook pela página drone.cuiaba e no instagram @dronecuiaba.
Legislação Nacional regulariza Drones
Desde 2009, existe uma legislação em vigor no Brasil para regular a utilização de drones. O documento é atualizado de acordo com a evolução da tecnologia e prioriza a segurança do espaço aéreo. Além da prática para pilotar um drone, a legislação brasileira indica que todos os voos necessitam de autorização prévia da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ou do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).
Apesar de precisar de uma autorização prévia da Anac, o empresário Djalma Ribeiro explica que ela ainda não liberou a regulamentação oficial. O Decea, por outro lado, que controla o espaço aéreo, deve ser comunicado dos voos feitos por Drones em território brasileiro.
“Para todo o voo que eu fizer, que não seja recreativo (feito em área autorizada, no caso de locais reservados para pilotar aeromodelos), é preciso entrar no site do Decea para cadastrar o equipamento e você. Assim todo voo que vou fazer, preciso avisá-los informando local, data, hora e área de abrangência do meu equipamento”, explicou ao Circuito Mato Grosso.
Se o equipamento que você adquiriu é importando, ele deve conter o selo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Para fazer isso, você precisa entrar no site e retirar a certificação que demora em torno de 15 dias para sair e custa R$ 200.
O Decea, responsável pelo espaço aéreo, determinou que os voos não podem ultrapassar 120 metros e classificou algumas categorias. Entre elas, o drone pode voar a 30, 60 e 90 metros do chão. Para realizar cada um desses voos é preciso a liberação que demora no mínimo uma hora a até dois dias para ser autorizada.
Restrições
Os Drones são programados para não voar a um raio de 2.500 metros de Aeroportos. Além disso, é recomendado que ele não faça voos sobre multidões. Porém, não há restrições de voo em presídios e por isso alguns equipamentos são apreendidos tentando entrar nesse tipo de local.
Produções musicais ganham vida com Drones
Imagens áreas são incrivelmente bonitas. Feitas para ilustrar clipes de músicas, então, é algo que atrai e muito o público. Pensando nisso, o fotógrafo Paulo Kid criou a Speed Movie. “A Speed nasceu para fazer musical, o nosso intuito é gravação de DVD e vídeo clipe para música”, explicou Kid ao Circuito Mato Grosso. Fotógrafo há oito anos, o empresário se sentiu limitado com o trabalho que desenvolvia e queria poder fazer mais, por isso há seis meses começou a trabalhar com drones.
A novidade, que chegava ao mercado e ganhava mais espaço, foi apresentada por um amigo. “Hoje tenho um drone modelo Fanto 4 que vai até 6 km de distância, anda em média 100 km por hora, tem sensor para seguir as pessoas e voa praticamente sozinho. Para conseguir coloca-lo no ar eu dediquei 15 horas do meu tempo”.
Para Kid, quando a pessoa pensa em comprar um material deste porte é preciso ter na consciência que responsabilidade é primordial. “É um equipamento que pode ferir pessoas apesar de todas as possiblidades e segurança que ele oferece. O drone é uma arma que está em sua mão e você tem que ter muita responsabilidade”, alertou.
Imagens registram emoção de casamentos
“Eu não me limito a fazer apenas uma coisa. Hoje a gente não pode ficar dependendo de apenas um trabalho, então eu atuo em várias áreas. Eu faço desde produção de vídeo comercial e institucional, a documentários e casamentos”, contou Benedito Ventura, proprietário da empresa Ventura Filmes.
Atuante no mercado de vídeos, Benedito já controla o drone há três anos e investiu no equipamento pensando na qualidade do produto entregue aos seus clientes. Antes ele contratou pessoas para realizar as filmagens, mas o material não saía como ele queria e ele pagou a um amigo que já pilotava drones para lhe dar aulas e adquiriu o dele.
“Antigamente era inviável fazer imagens aéreas, pois era preciso contratar um helicóptero. Eu juntei uma grana, comprei o Drone e tive seis aulas até pegar confiança. Não é só comprar o equipamento sabe? Comprar, digamos, é a parte mais fácil, pilotar é o mais difícil”, explicou.
Com uma equipe composta por dois editores, Ventura procura inovar a cada novo trabalho. “Em um casamento que farei, vou fazer as imagens do casamento na igreja e quando os convidados chegarem à festa já poderão acompanhar as imagens que fizemos durante a cerimônia. É um trabalho inovador, que traz vários desafios, mas faz um sucesso enorme”.
A paixão pelo que faz é um dos diferenciais que ele considera. “De tudo que eu falei de nada vai adiantar se você não tiver paixão pelo trabalho que desenvolve. Quando se tem amor e paixão, quem ganha mais é o cliente”, finalizou.
**Todas as fotos que ilustram essa reportagem foram cedidas pelos entrevistados**