Um espião misterioso causou um mistério ainda maior em uma das faculdades mais tradicionais da Universidade de São Paulo (USP). Não era um pássaro, tampouco um avião: era um drone, branco, da marca Phantom, com quatro hélices, que caiu na manhã dessa terça-feira na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e foi encontrado por uma aluna. Se ontem o proprietário era desconhecido, hoje a pergunta no campus era outra: cadê o drone?
O caso veio a público pelas redes sociais, onde a caloura do curso de letras Olga Roschel, de 20 anos, relatou a descoberta – com foto. “Pessoas, eu vi pela janela da sala esse drone caindo, hoje por volta das 10h. Resgatei e deixei no achados e perdidos da Letras. Se alguém souber como contatar a pessoa que está procurando ele, avisa pra irem lá buscar!”, escreveu.
Hoje, nem a assessoria de imprensa da FFLCH, nem a administração da Faculdade de Letras, nem o setor de Achados e Perdidos sabiam dizer se o equipamento chegara ou não.
O Terra conversou nesta quarta-feira com a estudante. Ela confirmou a história relatada em um post do Facebook e deu outros detalhes – entre os quais, que ao menos outros dois alunos da turma viram o equipamento que ela garante ter entregado a um segurança.
“Eu estava em aula, no primeiro andar do prédio de Letras, quando vi aquela coisa caindo. Cheguei a achar que fosse um galho podre de árvore. Era umas 10h, mas, como eu estava em aula, esperei acabar e fui lá ver já perto do meio-dia – na parte da frente do prédio, em uma área que a gente chama de ‘quadrado da Letras’”, relatou. “Depois que encontrei, ainda fiquei uns 30 ou 40 minutos sentada ali, esperando – uma menina chegou a dizer que um senhor de meia idade estaria procurando algo do tipo, mas não apareceu. Então entreguei para um segurança da recepção da faculdade – ele anotou meu nome, meu número de aluna e disse que encaminharia ao Achados e Perdidos”, completou Olga, que observou: “Hoje fui perguntar lá mesmo se tinham achado o dono, e me disseram que o drone havia sido levado para a Administração”.
Para a caloura, “mais estranho que a descoberta, em si, é as pessoas estarem aparentemente brincando com drones”. “Podia ter caído na cabeça de alguém da universidade, e, como ele é grande e pesado, seria um acidente razoável, não?”, indagou.
A reportagem fez contato duas vezes com a assessoria de imprensa da FFLCH, que, em uma segunda abordagem, disse não ter obtido reposta do setor de Achados e Perdidos. O setor e a Administração também foram contatados – o primeiro disse desconhecer o fato, e a segunda negou ter recebido o drone supostamente por um funcionário.
Fonte: Terra