Cidades

Drogas viram rotina na escola pública

Foto: Ilustrativa 

O que era para ser um problema social gravíssimo tornou-se algo praticamente ‘banal’ no dia a dia de estudantes do ensino médio de todo o Estado. Tanto em escolas públicas quanto privadas, as drogas – lícitas e ilícitas – rondam as salas de aula, dando espaço ao envolvimento de adolescentes no mundo do crime.

Programas de orientação aos jovens são aplicados nas instituições, no entanto os projetos não são suficientes, pois o problema é muito mais amplo do que aparenta ser. Segundo o coordenador do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), cel. Jacques Lopes da Cunha, há uma dificuldade dentro dos órgãos militares de combater esses desvios. 

“Infelizmente a visão ainda é muito repressiva. Há uma resistência dos comandantes, porque não tem aquela visão de que se eu prevenir aqui, vou evitar lá na frente. Todos focam em cuidar do bandido e esquecem de cuidar do cidadão de bem”, avaliou.

O coronel ainda revela que o maior problema entre os jovens não está nas drogas ilícitas, como maconha ou cocaína, mas nas que são vendidas a cada esquina da cidade, como o álcool. “A verdade é que em todo o Brasil nós temos o problema com uma droga, que não é considerada como tal por ser lícita, que é o álcool. Como a cerveja, que vicia sem a pessoa perceber e é porta de entrada para outras drogas”.

O adolescente J.O.S., de 15 anos, disse que a rotina com as drogas nas salas de aula é comum para ele. Ele, que é estudante da rede pública do Estado, revelou ser constate a presença de entorpecentes na escola onde estuda. 

“Aqui é normal ver alunos com drogas. Mas nunca vi ninguém ser expulso. Aqui no banheiro mesmo, às vezes a gente não pode entrar porque tem gente lá dentro usando maconha, pó ou tudo que tiver. Tanto na escola como na praça aqui na frente tem gente usando”.

Já seu colega de escola L.F.P.B., de 20 anos, contou uma experiência ainda mais chocante. Ele disse que já teve amigos que se desviaram do caminho dos estudos e morreram por causa das drogas. “Tenho amigos que já faleceram por terem escolhido este caminho, pessoas que tinham talento, mas infelizmente não tiveram tempo para se dedicar aos estudos”.

Apesar de reconhecer que há um problema grave na escola onde estuda, L.F.P.B. acredita que esta adversidade não é um caso exclusivo da rede pública. “Eu acho que em todas as escolas acontece isso, tanto na pública quanto na particular. Tenho amigos e primos que estudam em escola particular que fazem a mesma coisa. São filhinhos de papai, mas levam droga pra escola”, diz.

Confira reportagem na íntegra. 

Noelisa Andreola

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