Munidos de um estudo de mais de 270 páginas, os profissionais da educação de Mato Grosso, não apenas estaduais mas também municipais, irão protocolar cinco cópias deste documento, que mostra o abandono das escolas públicas em em vários órgãos, incluindo Ministério Público Estadual, Assembleia Legislativa, Palácio Paiaguás, Tribunal de Contas do Estado e Secretaria da Educação.
À frente do movimento, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Lopes do Nascimento, falou dos problemas enfrentados pelos profissionais, que, muitas vezes, veem crianças e adolescentes num ambiente de ensino em condições precárias, não só de estrutura e material mas também de saúde, higiene.
“Este dossiê mostra a realidade das escolas públicas no nosso Estado. Revelam como nosso trabalho, enquanto profissionais do ensino, é desvalorizado, diferente da propaganda institucional, que vende a ideia de que está tudo funcionando sem problemas. Nossas escolas são vítimas de sucessivos abandonos por parte dos governos, e com o governo atual isso também não mudou”, acusa Nascimento.
Da mesma maneira, a situação no interior não é das melhores. Segundo o líder sindical, cidades como Ribeirão Cascalheira e Pontes e Lacerda (622 km e 442 km distantes da Capital, respectivamente) sofrem com a falta de estrutura básica, como um teto para as salas de aula ou ainda a utilização de contêineres de metal, as famosas salas de lata, no dia a dia de trabalho e aprendizagem.
“Em Ribeirão Cascalheira o teto desabou em 2011 e até agora não consertaram. Em Pontes e Lacerda, a situação é um pouco pior. Existem dez salas de aula que, na verdade, são contêineres adaptados. Cada um custou R$7 mil para ser montado, sem contar o gasto com o aluguel destes espaços, que é de R$3 mil”, disse ele.
Reunidos no evento, chamado de “Dia D”, escolhido, a partir deste ano, como a data que será utilizada pela luta de uma educação de qualidade, a praça também contava com banners de fotos e informações de várias escolas de todo o estado.
Por Diego Frederici e Mayla Miranda
Fotos: Diego Frederici e Assessoria