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Dono do Cruzeiro quer torcida contra Palmeiras e espera derrubar decisão da CBF

O Cruzeiro tem o apoio do governo de Minas Gerais para derrubar a decisão da CBF de enfrentar o Palmeiras no Mineirão com portões fechados. O governo mineiro vai acionar a Justiça nesta segunda-feira para tentar desfazer a medida da CBF. Válida pela 37ª rodada do Brasileirão, a partida está marcada para quarta-feira, às 21h30, no Mineirão, em Belo Horizonte (MG).

“O Cruzeiro vem a público externar sua profunda insatisfação com a indicação para que o jogo aconteça de portões fechados. O clube entende que a decisão em questão penaliza injustamente a sua torcida e a instituição, em termos desportivos, pois o compromisso tem importância fundamental na busca por uma vaga na Copa Libertadores, e financeiramente, para além do Cruzeiro, mas também para todos os envolvidos no evento, como fornecedores e trabalhadores”, afirmou o clube, em comunicado.

Antes da manifestação oficial do clube, Pedro Lourenço, dono da SAF cruzeirense, se antecipou e afirmou ao Estadão ser contrário à determinação da CBF. “Não concordamos com isso”, disse em breve resposta Pedrinho, como é conhecido o empresário que comprou de Ronaldo 90% das ações do clube em maio passado.

A direção do clube mineiro acredita que deveria ao menos contar com sua torcida no estádio. “O clube confia nos órgãos de segurança pública do Estado para garantir que o evento ocorra com a devida seguridade. Contudo, diante do acontecimento recente, o Cruzeiro se posicionou preocupado, exclusivamente, com a segurança dos torcedores e da população, tanto dentro quanto fora do estádio, mantendo sua forte posição contrária a qualquer ato de violência. Caso não haja essa garantia, o Cruzeiro concebe que a partida conte com a presença de, ao menos, sua torcida.”

Em entrevista à rádio Itatiaia no domingo, o vice-governador Mateus Simões disse que o governo vai recorrer à Justiça para que seja permitida a entrada somente de cruzeirenses no Mineirão. “Não faz sentido punir os torcedores do Cruzeiro pela barbárie da Mancha Verde”, argumentou.

A “barbárie” a que ele se refere foi a emboscada da promovida pela principal organizada do Palmeiras, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã (SP), contra a Máfia Azul, o que resultou na morte de um cruzeirense. José Victor Miranda dos Santos, de 30 anos, morreu após sofrer queimaduras e lesões graves. Outros 17 torcedores ficaram feridos.

No ofício, a CBF diz que tomou a decisão “para garantir a segurança de todo e qualquer torcedor e cidadão diante dos severos riscos” expostos pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) e pela Polícia Militar de Minas.

O documento, assinado por André Matos, diretor jurídico da CBF, e Júlio Avelar, diretor de competições, foi enviado aos clubes, e aos presidentes da Federação Mineira de Futebol (FMJ) e da Federação Paulista de Futebol (FPF), além da Polícia Militar e do Ministério Público de Minas Gerais.

Jogadores e o técnico Fernando Diniz expuseram posição contrária a jogar sem torcida em casa. “Jogar no Mineirão sem a torcida não é a mesma coisa. A gente espera de fato que as autoridades competentes em relação a isso consigam o que precisa ser ajustado, para que o jogo tenha a presença do nosso torcedor”, comentou Diniz.

Em comunicado, o Palmeiras lamentou que as autoridades de segurança pública de Minas “não tenham apresentado um plano que pudesse garantir a presença de palmeirenses e cruzeirenses no estádio” e entende ser inaceitável que um conflito entre organizadas ocorrido em uma rodovia “acabe por penalizar ambos os clubes, bem como todos os torcedores que pretendiam comparecer ao Mineirão para incentivar suas equipes em um jogo de caráter decisivo”.

A duas rodadas do fim do Brasileirão, o jogo é de suma importância para os dois clubes. Com 70 pontos, o Palmeiras tenta se aproximar do líder Botafogo, que tem 73. O Cruzeiro almeja uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores e briga por um lugar no G-8 com Corinthians e Bahia.

Estadão Conteudo

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