Da esq. pra dir.: Andrew Mackenzie, CEO da BHP; Ricardo Vescovi, diretor-presidente da Samarco; Murilo Ferreira, diretor-presidente da Vale (Foto: Thaís Pimentel/G1)
O CEO da BHP Billiton, Andrew Mackenzie, disse na tarde desta quarta-feira (11) em Mariana que se compromete a reconstruir as casas de famílias atingidas pelo rompimento das barragens. A BHP Biliton é dona de 50% da Samarco. Os outros 50% são da Vale. Os três executivos concederam uma entrevista coletiva na cidade.
Na quinta-feira (5), as barragens de Fundão e Santarém se romperam, despejando 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério e água no vale onde estão alguns distritos como Bento Rodrigues, o mais afetado, Camargos, Paracatu de Baixo, Ponte do Gama e cidades na região. A lama atingiu o Rio Doce e afetou dezenas de cidades no Leste de Minas e Espírito Santo. Seis pessoas morreram e dois corpos ainda aguardam identificação. Vinte e uma pessoas estão desparecidas.
'Lamentamos muito o que aconteceu', disse Mackenzie. Ele contou que sobrevoou a região de Mariana e o cenário é “de partir o coração”. O CEO disse que a BHP vai prestar apoio em longo prazo. 'Estamos 100% comprometidos', declarou. Andrew Mackenzie disse que conheceu 'pessoas corajosas, verdadeiros heróis' na cidade.
Barragem Germano
O diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, disse que a barragem de Germano, a maior entre as três, está estável, mas reforços estruturais são necessários. A barragem está sendo submetida a intervenção emergencial nesta quarta e, por isso, a estratégia de busca dos bombeiros foi replanejada. Os bombeiros estão trabalhando em áreas mais altas na região de Bento Rodrigues como medida de segurança.
Vescovi disse que alarmes sonoros foram colocados na barragem Germano. Segundo ele, as barragens são processos seguros do ponto de vista de engenharia.
Rompimento das barragens
O diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse que ainda que é prematuro se falar em causas para o rompimento das barragens de Fundão e Santarém.
Ricardo Vescovi disse que estão analisando os impactos ambientais após o rompimento. Para a empresa, as pessoas são prioridade neste momento.
Vescovi ainda garantiu que nenhum funcionário foi demitido e eles estão em licença remunerada. Sobre os contratos com empresas terceirizadas, Vescovi disse que o respeito é igual ao com os funcionários da Samarco.
Samarco em Mariana
O diretor-presidente da Samarco disse que, sobre os R$ 100 milhões que a prefeitura estima como prejuízo estrutural para a cidade, a empresa está alinhada com a prefeito. A Samarco está instalada em Mariana há 38 anos.
Sobre a continuação da mineradora em Mariana, o diretor-presidente da Samarco disse que 'se a cidade nos quiser, os meios poderão existir'. O prefeito já declarou sua preocupação com a economia da cidade caso a Samarco encerre a exploração da mina Germano. A mineradora é responsável por 80% da arrecadação do município.
A produção está parada após embargo da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) por causa do rompimento das barragens.
Fonte: G1