Um novo boletim médico divulgado pelo Hospital Santa Cruz, em Curitiba, por volta das 11h deste domingo (30), apontou que o doleiro Alberto Youssef apresenta bom estado geral, que está consciente e que aguarda o resultado de exames complementares.O paciente é um dos réus do processo da Operação Lava Jato e precisou ser internado na tarde de sábado (29) após passar mal na carceragem da Polícia Federal (PF), onde está preso desde março deste ano. O boletim divulgado na tarde de sábado, horas depois do internamento, informou que não havia previsão de alta do doleiro. Um outro boletim médico deve ser divulgado na manhã de segunda-feira (1º), conforme o hospital.
Ao justificar o internamento, Antônio Figueiredo Basto, que representa Youssef, disse que seu cliente teve queda de pressão, sentiu dores abdominais e teve febre. Esta é a quarta vez que Youssef passa mal na prisão e precisou ser levado para o hospital."Eu estive com ele na quinta-feira (27) e me assustei com o quanto ele está debilitado. Há um tempo estamos tentando a remoção dele. Ele está desnutrido e tem uma doença crônica. Vamos esperar a avaliação do hospital agora", disse Basto. Conforme o advogado, desde que Youssef foi preso, ele emagreceu 20 quilos.
Último depoimento da delação
Na quinta-feira (27), Youssef prestou o último depoimento do acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF). O depoimento teve quase seis horas de duração e foi, segundo a PF, a última etapa antes de a Justiça decidir se homologa, ou não, o acordo, segundo a PF. Segundo Basto, a partir do último depoimento a expectativa é de que a homologação do acordo de delação seja feita em até 10 dias – mas não há prazo oficial.
As colaborações do doleiro foram cruciais para o desdobramento das investigações, por isso há intenção de obter benefícios significativos, segundo o advogado.“Ele faz jus a um prêmio em razão daquilo que ele tem colaborado com a Justiça, e com a própria utilidade para que se levantasse o tamanho dessa situação toda, que é espantosa, não podemos negar isso. É um escândalo de corrupção que eu não me lembro de tamanha envergadura neste país”, afirmou Basto.
Lava Jato
A Operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.A nova fase da operação policial teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões.
Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, 25 pessoas foram presas pela PF durante esta etapa da operação.Porém, ao expirar o prazo da prisão temporária (de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco), na última terça (18), 11 suspeitos foram liberados. Outras 13 pessoas, entre as quais o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, continuam na cadeia.
G1