Cidades

‘Doía muito’, diz irmã de DJ que morta por câncer

O tratamento de quase quatro anos contra um câncer no pulmão não impediu que a DJ Kaká Angel seguisse nas pistas da música eletrônica. Apaixonada pela profissão, ela chegou a tocar mesmo em dias em que sofria com os efeitos da quimioterapia, diz a família dela. Conhecida como "Miss Simpatia" das pick-ups, Carine Englert Nunes morreu na última segunda-feira (16) aos 32 anos em um hospital de Porto Alegre.

Sempre com a agenda cheia de compromissos, Kaká era alertada pela família sobre os cuidado com o tratamento. Porém, ao longo dos meses, amigos e parentes passaram a apoiar que ela seguisse com a rotina de trabalho. Estar nas festas de música eletrônica a deixava contente, diz a irmã.
“Ela só não tocou de outubro para cá. Claro que teve momentos que ela teve que cancelar, mas ia até doente tocar para esquecer a doença. Às vezes, ela levantava da cama com febre, com dor, e tomava remédios para ir. No início, a gente brigava com ela, porque poderia acontecer alguma coisa. Mas ela dizia que fazia bem. Então, não podíamos fazer ela parar com o que fazia ela feliz”, conta a pedagoga Caren Nunes, de 36 anos.

A carreira de Kaká começou em meados de 2003, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. Chegou a cursar um semestre da faculdade de administração, mas deixou os estudos para viver da música. Vaidosa e comunicativa, como é descrita por amigos e familiares, tocava com frequência nas principais casas noturnas gaúchas e de Santa Catarina e chegou a se apresentar em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo.

Quando descobriu o câncer, os médicos apontaram para chances de cura. Teve períodos em que ela melhorou da doença e ficou bastante otimista. Segundo a irmã, nunca perdeu a esperança de se curar e seguir normalmente a vida.

“O problema foi a metástase. A gente sabia que precisava pelo menos de uns cinco anos de tratamento para ela ficar tranquila. É uma doença silenciosa, vai aparecendo em outros lugares. Mas ela nunca perdeu a esperança. Ela sempre sabia da agenda de festas, falava nas roupas que ia usar. Na sexta-feira (20) é aniversário do filho dela e  la falava em comemorar. Doía muito, porque sabíamos que estava complicado”, diz Caren, emocionada.
A irmã não conhece as origens do apelido “Angel” (anjo, em inglês), mas acredita que começou por conta das fantasias que Kaká vestia para tocar no início da carreira. O corpo da DJ foi cremado na última terça-feira (17). Além do filho João Pedro, de 13 anos, ela deixa os pais e mais três irmãos.

Fonte: G1

Redação

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