Servidores relataram novamente ao Circuito Mato Grosso o drama que atinge os pacientes que buscam esse tipo de serviço público no Estado, e também de profissionais e familiares. Segundo eles, “só não fazemos ‘vaquinha’ para comprar remédio”. Desde produtos básicos, como papel higiênico, até itens necessários ao funcionamento da atividade, como pneu de ambulância, já foram adquiridos mediante a solidariedade de funcionários da unidade.
“Estou há dez anos aqui e em nenhuma outra gestão vi uma situação tão lamentável quanto a atual. Não temos remédio. Compramos papel higiênico, ar-condicionado e até pneu de ambulância. Quanto aos pacientes, alguns não têm roupa nem cama para dormir”, disse.
Alvo de várias reportagens do Circuito Mato Grosso sobre a situação caótica em que se encontra o Ciaps, há mais de um ano, na edição 431, do dia 28 de março de 2013, o jornal já denunciava o funcionamento irregular de seu Pronto-Atendimento, localizado no bairro Coophema, em Cuiabá.
Na ocasião, O Fórum Intersetorial de Saúde Mental de MT (Fism), movimento social em prol da Política Nacional de Saúde Mental, alinhado ao movimento de Luta Antimanicomial do Brasil, realizou diversas denúncias acerca do descaso e abandono do Adauto Botelho, que vão desde falta de planejamento, precariedade da estrutura física, falta de médicos até a problemas políticos. Segundo a entidade, o Estado quer sucatear o hospital para justificar a entrega da gestão a uma Organização Social de Saúde (OSS).
Na mesma linha, de acordo com a presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT), Elza Luiz de Queiroz, a entidade já entrou com várias ações no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e no Ministério Público Estadual (MPE) para tentar mudar as condições em que se encontra o Ciaps. No entanto, a representante da classe médica mato-grossense lamenta a indiferença do poder público para encontrar soluções para a questão.
“O sindicato tem várias ações junto ao TCE e MPE para tentar reverter a situação atual desses pacientes e servidores. Infelizmente, o Estado não se posicionou em relação a esses problemas”, afirma.