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Doçura à francesa

Quem passou pela Rua Bela Cintra, na região dos Jardins, em São Paulo, nos últimos tempos, deve ter reparado em uma placa redonda e de fundo branco, com o desenho de uma mulher ruiva e de cabelos esvoaçantes. Pela placa, onde se lê Charlotte Pâtisserie, dá para deduzir que se trata de uma confeitaria comandada por uma jovem chamada Charlotte. “Ela não existe, mas parece um pouco a minha mãe quando jovem”, brinca o confeiteiro francês Romain Coupeaux. Mas o termo se refere também a uma sobremesa famosa da confeitaria francesa. Daí o motivo do nome.

Nascido em Paris, Coupeaux iniciou a sua carreira na confeitaria ainda na adolescência, aos 16 anos. Depois de um período na Maison Mulot, do chef pâtissier Gérard Mulot, ele ingressou na cozinha do hotel cinco-estrelas Le Meurice, na capital francesa (na época, Cédric Grolet, astro das redes sociais, era subchef da confeitaria do hotel). Com passagens pela Ladurée de Paris e de Londres, o confeiteiro francês estagiou ainda na cozinha do Le Bernardin, de Nova York.

De lá, Coupeaux se mudou para a Suíça, onde trabalhou na confeitaria do hotel Château d’Ouchy até abrir sua loja, em 2014, em Lausanne. A confeitaria ia muito bem, até que ele visitou o Brasil pela primeira vez em 2017 – e foi amor à primeira vista. “Aqui me lembra muito Paris. Sempre tem algo acontecendo”, conta ele.

Ele chegou a SP em outubro do ano passado e, desde então, se dedicou a encontrar o ponto e desenvolver o projeto da nova Charlotte Pâtisserie.

O cardápio elaborado por Coupeaux reúne sobremesas autorais, inspiradas em clássicos franceses. E o objetivo dele é incorporar ingredientes locais em suas criações. “O Brasil tem uma variedade incrível de frutas e a manteiga que eu uso é feita aqui”, afirma ele, que promete renovar a seleção de doces constantemente.

ESTRELAS DA CASA

Estética apurada, leveza e dulçor na medida são algumas características das criações de Coupeaux, que podem ser notadas em sobremesas como o paris-são paulo (R$ 38), releitura do clássico paris-brest, que combina massa choux, chantilly de avelã e chocolate branco com milho tostado, além de pasta de avelãs e avelãs tostadas.

Outra sugestão é a saint-honorée de chocolate equatoriano 65% e mel de cacau (R$ 38), com base de biscoito de chocolate, massa choux de chocolate, creme de chocolate com mel de cacau e chantilly de chocolate. A versão que ele criou da torta de limão (R$ 36) tem uma delicada massa sablée breton com recheio de creme e geleia de limão. A sobremesa é finalizada com gel de limão e merengue, que o confeiteiro diz ser para “agradar aos brasileiros”.

E não poderia faltar a charlotte (R$ 41). Na versão dele, sem glúten, o doce todo cor-de-rosa tem como base mousse de framboesa e amêndoas, além de biscoito champanhe, creme de framboesa e fruta vermelha fresca por cima.

Os pães doces e folhados franceses também se destacam. Entre as sugestões, o tropezienne (R$ 35) tem massa de brioche, chantilly de coco, recheio de geleia de maracujá e açúcar perolado. Outra pedida é o kouing amman (R$ 17), com massa de pão doce semifolhada e enrolada, com as camadas e a cobertura com calda de açúcar.

E claro, não poderia faltar o clássico pain au chocolat (R$ 14). Coupeaux faz também uma massa folhada de cacau, que envolve dois “batons” (como são chamados os palitos de chocolate que compõem o recheio) de chocolate equatoriano 65%. Para acompanhar as sobremesas, a pedida é o expresso (R$ 9) da Wolff Café, extraído de grãos catuaí vermelho da fazenda Eldorado, em Ibiraci (MG).

Estadão Conteudo

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