O número foi divulgado pelo prefeito, durante entrevista coletiva concedida na tarde desta quinta (7). Mendes revelou também, que dos R$ 1,6 bilhão previsto para o orçamento de 2013, R$ 77 milhões já estão comprometidos, somente com o pagamento de dívidas e cerca de 90% do dinheiro é retido direto da receita corrente líquida da prefeitura.
A quantidade de restos a pagar do município até 31 de dezembro de 2012 é de R$ 166,140 milhões. Mendes disse que está preocupado, pois muitos fornecedores, especialmente os que executaram obras do programa Poeira Zero, podem ficar sem receber tudo o que devem este ano.
Só para efeito comparativo, a prefeitura de Cuiabá tem R$ 80 milhões para investimento este ano. Contudo, os recursos são pequenos ante a demanda. O recurso será praticamente consumido no pagamento das obras de reforma das escolas municipais.
A solução para a capital é investir na captação de recursos federais por meio de projetos. Uma das principais promessas de campanha de Mendes, a construção do Pronto-Socorro Municipal, vai depender da liberação de verbas federais.
Após ter conhecimento da dimensão da dívida pública do município, o prefeito decidiu manter a estrutura do escritório regional em Brasília. “Vamos ter que mandar parte do gabinete para lá para captar recursos”, brincou.
Sanecap
O total de dívidas herdadas da administração indireta (Sanecap, Prodecap e Cuiabá-Prev) passa dos R$ 239 milhões. Deste total, 229 milhões são apenas de dívidas da Sanecap.
Na avaliação do vereador Toninho de Souza (PSD), que também esteve presente na coletiva, a concessão da Sanecap foi um ato de irresponsabilidade do ex-prefeito Chico Galindo (PTB). “Como é que você vende a Sanecap por R$ 140 milhões, e deixa uma dívida de R$ 229 milhões para a prefeitura pagar?”, questionou o parlamentar.
O social democrata ainda garantiu que após o Carnaval irá apresentar um projeto para que a concessão da Sanecap a CAB Ambiental seja cancelado.
O prefeito, por sua vez, foi mais cauteloso e disse ainda não pode fazerr nenhum pronunciamento nesse sentido. “Não posso romper um contrato sem ter o respaldo da legalidade”, afirmou Mendes.
Débora Siqueira/Camila Ribeiro – Da Redação