Na ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), divulgada nesta quarta-feira, 19, os dirigentes da autoridade monetária destacaram a necessidade de uma “abordagem cautelosa” diante do atual “alto grau de incerteza” sobre a trajetória da economia. A cautela é justificada pelos “riscos de alta à perspectiva de inflação”, citados no documento, além da incerteza em relação à “taxa neutra de juros”, que também foi apontada como fator para manter a prudência na política monetária.
Os participantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) reforçaram que “precisam de progresso adicional na inflação” antes de considerar novos cortes na taxa básica de juros.
A inflação, embora tenha mostrado sinais de desaceleração, ainda está acima da meta de 2% do Fed, e os dirigentes avaliam que “fatores como mudanças na política comercial e na imigração, além da forte demanda do consumidor, podem dificultar o processo de desinflação”.
A ata também destacou que a política monetária atual permanece “restritiva”, e os dirigentes afirmaram que “não estão em um curso predeterminado”, com decisões futuras dependendo da evolução dos dados econômicos.
Atividade
Os dirigentes do Federal Reserve apontaram que os indicadores recentes sugerem que a atividade econômica dos Estados Unidos segue em “ritmo sólido”. De acordo com a ata da última reunião de política monetária da instituição, as condições do mercado de trabalho nos Estados Unidos também seguiram sólidas.
“Dados recentes sugeriram que as condições do mercado de trabalho permaneceram sólidas e que o mercado de trabalho não estava especialmente apertado”, pontua o documento do encontro realizado em janeiro.
Além disso, o Fed destaca que a taxa de desemprego também se manteve baixa nos EUA.
Balanço patrimonial
De acordo com a ata, a autoridade monetária dos Estados Unidos sinalizou a possibilidade de interromper ou desacelerar o processo de redução do seu balanço patrimonial até que o impasse sobre o limite da dívida do país seja resolvido.
A medida foi discutida por “vários participantes” no último Fomc, revela o documento.
O texto destaca que, diante do risco de oscilações significativas nas reservas bancárias nos próximos meses – em decorrência das incertezas relacionadas ao teto da dívida -, pode ser “apropriado considerar pausar ou desacelerar a redução do balanço patrimonial até a resolução desse evento”.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem defendido abertamente a elevação ou extinção do teto da dívida norte-americana.