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Dirigente do Fed vê cortes de juros como necessários, mas alerta que pode haver pausa

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de St. Louis, Alberto Musalem, afirmou nesta quarta-feira, 4, que um relaxamento monetário adicional será necessário nos Estados Unidos para aproximar as taxas do nível neutro e apoiar o mandato de emprego máximo. No entanto, Musalem alertou que as incertezas quanto ao cenário econômico podem interferir neste processo.

“O caminho para a instância neutra dos juros pode ser acelerado, pausado ou desacelerado, a depender dos desdobramentos do ambiente econômico”, pontuou, em discurso preparado para evento do GIC College of Central Bankers.

Segundo ele, ainda não há certeza sobre qual será o nível neutro dos juros nos EUA, com algumas estimativas oscilando entre 3% a 4%, e existem muitos riscos que precisam ser analisados pelo BC norte-americano com “paciência e cautela”, justificando a manutenção prolongada do nível restritivo dos juros.

Entre os riscos, Musalem mencionou a persistência da inflação PCE acima de 2%, o crescimento econômico mais forte que o esperado e o mercado de trabalho próximo do emprego máximo. “Apesar de não ser meu cenário base, os dados de setembro sugerem que há possibilidade de estagnação do progresso da inflação americana”, apontou. “Por outro lado, os riscos de deterioração do emprego diminuíram.”

O dirigente defendeu que “será importante manter opções em aberto” nas próximos decisões monetárias do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, em inglês), tendo em vista que reduzir juros em magnitude grande ou rápida demais pode carregar mais riscos do que cortá-los lentamente. Na visão dele, a inflação deve retornar para a meta ao longo dos próximos dois anos, enquanto o crescimento econômico e mercado de trabalho desaceleram no longo prazo.

Musalem terá direito a voto nas decisões do FOMC em 2025.

Estadão Conteudo

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