O delegado informou que ainda falta ouvir muitas pessoas no caso, principalmente os servidores que estavam de plantão no dia do óbito da criança, mas que as oitivas devem ser finalizadas até o início de junho.
Outra medida tomada pelo delegado na apuração da morte foi o encaminhamento de um pedido de investigação ao Conselho Regional de Medicina (CRM) para saber se houve negligência por parte do médico que presta serviço no Lar da Criança.
“Ainda não é possível fazer o cruzamento dos depoimentos para saber se há desencontro de informações. Contudo, no máximo até o inicio de junho a investigação será finalizada e então saberemos se será ou não necessário realizar a exumação do corpo da criança e, por fim, penalizar os responsáveis caso a negligência seja constatada”, informou o delegado Eduardo Botelho.
Entenda o caso – As investigações iniciadas pela Polícia Civil sobre a morte de J.C.O.A apontam divergências na informações que tratam da hora e dos motivos que ocasionaram a morte do menor, que estava internado no Lar da Criança, instituição mantida pela Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas). As divergências aparecem entre o laudo médico do Pronto-Socorro (PS), a certidão de óbito e depoimentos da direção da Instituição.
De acordo com o atestado médico, a criança deu entrada no PS à 1h45 do dia 24 de abril, já em estado de óbito, pois não apresentava sinais vitais, estava gelada e com a pele arroxeada. Além disso, a médica que diagnosticou o falecimento da criança informou que o horário exato do óbito é desconhecido e que nem mesmo a acompanhante do menor soube informar quando ele começou a apresentar evidências de falecimento.
Contudo, a certidão de óbito do menor reconhecida em cartório e assinada por um segundo médico apresenta informações diferentes do laudo emitido pelo PS. A primeira divergência aparece quando a certidão aponta o horário da morte como sendo às 3h15 do dia 24 de abril, quando o laudo indica que a criança já chegou morta no PS à 1h45. E mesmo sem ter realizado a necropsia, o laudo informa que as causas da morte são insuficiência respiratória, encefalopatia crônica progressiva, kernicterus [pequena lesão cerebral], surdez e refluxo gastroesofágico.