O diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Christopher Waller defendeu, em entrevista à CNBC na manhã desta quarta-feira, 3, que a instituição corte as taxas de juros dos Estados Unidos na decisão monetária deste mês e disse ver espaço para múltiplas reduções nos próximos meses. Ele ponderou que, se necessário, nos dirigentes podem ajustar o ritmo de flexibilização para a acompanhar desdobramentos da economia.
Waller notou que há perda de ritmo em alguns setores, destacando particularmente a desaceleração do mercado imobiliário e pouco movimento em compras de moradias. Ele também observou que há divergências entre os dirigentes sobre se a política monetária está moderadamente restritiva ou não.
Contudo, ao ser questionado, Waller negou que os Estados Unidos estejam sob risco de uma recessão iminente. “Se o mercado de trabalho estivesse ruim por conta da imigração, veríamos números descontrolados”, disse, apontando que a taxa de desemprego segue em níveis baixos. “Nosso objetivo é garantir o emprego pleno”, lembrou.
O diretor do Fed evitou comentar sobre a situação da diretora Lisa Cook, incluindo se ela continua o seu trabalho no Fed no momento.
Sobre a possibilidade de suceder o atual presidente do BC, Jerome Powell, o diretor reiterou que não participou de nenhuma entrevista para o cargo até o momento, embora tenha admitido ter se encontrado com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, no passado para falar “de outros assuntos”. “Também não tenho nenhuma entrevista marcada agora”, disse.
Waller também descartou preocupações com ameaças à independência do Fed, afirmando que o banco central continuará a manter seu trabalho isento de interferências “não importa o que aconteça”.