O dinheiro de ‘favores ilícitos’ concedidos na gestão passada pode estar bancando os advogados de políticos presos em Cuiabá. As suspeitas foram levantadas pelo chefe do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e promotor Marco Aurélio de Castro, durante a última oitiva que investiga o desvio de aproximadamente R$ 10 milhões da Assembleia Legislativa, na última sexta-feira (22), na Sétima vara Criminal da Capital.
Além do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), do ex-deputado José Geraldo Riva estão presos os também ex-secretários Éder de Moraes, Marcel de Cursi e Pedro Nadaf. Todos estão no Centro de Custódia de Cuiabá e são investigados por supostamente desviar dinheiro público.
Para o promotor há suspeitas de que os advogados dos réus estejam recebendo dinheiro de favores antigos. “Quando nós tratamos de corrupção, você não limita unicamente ao político corrupto, a pessoa distribui muitos benefícios. Formando uma ‘teia de criminosos’. Por isso nada impede que um criminoso que tenha recebido um benefício – no passado de um governador corrupto, pague o seu ‘debito’ com esse governador pagando o seu advogado”, disse o Marco Aurélio.
O chefe do Gaeco e responsável por deflagrar as operações Sodoma e Arqueiro, por exemplo, explicou que um bom advogado não é barato e que o Ministério Público está buscando a trilha de dinheiro desviado ilicitamente. “O problema que envolve esses personagens que se encontram presos, não é uma simples gripe, tratada a base de aspirina. Eles precisão de um bom cirurgião e o bom cirurgião cobra caro. Mas garanto que em determinado momento, quando o MP lograr êxito, vamos saber de onde está vindo esse dinheiro ilícito usado para pagar os advogados. Quando isso acontecer, nós ofertaremos isso ao Poder Judiciário”, argumentou.
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