No entanto, apesar de ter sido aplaudida de pé em sua entrada e no início de sua fala pelos presentes na plateia, foi vaiada sob pedidos dos prefeitos de revisão do Fundo de Participação dos Municípios, não mencionada em seu discurso.
Depois, quando a presidente já havia saído do palco onde falou à plateia, os presentes foram repreendidos pelo presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski, que organiza o evento.
"Mas parece que somos uma manada irracional", discursou Ziulkoski. "Para que vaiar? O que se ganha com isso? Eu sou o maior bronco do governo, vocês sabem como é que é", desabafou.
Dilma anunciou durante o evento mais recursos para saúde e educação, no valor de R$ 3 bilhões. Eles serão repassados em duas parcelas: uma em agosto deste ano e a segunda em abril de 2014. Também anunciou ampliação da verba do Programa de Atenção Básica, em R$ 600 milhões ao ano.
Depois, disse que vai mandar R$ 4 mil ao mês para equipes de saúde –um total de R$ 3 bilhões. Outros R$ 5,5 bilhões serão para custeio de estrutura do SUS (Sistema Único de Saúde). E mais R$ 3,2 bilhões irão para 2.000 creches.
Anunciou ainda que, a partir de agora, todos os municípios abaixo de 50 mil habitantes podem acessar o programa Minha Casa Minha Vida. "Nós não vamos mais deixar que haja seleção. Todos os municípios podem executar o programa Minha Casa Minha Vida", disse a presidente.
Para Ziulkoski, isso é um paliativo. Ele afirmou à plateia que tem trabalhado para garantir o repasse de 2% do Fundo de Participação dos Municípios. "O que foi anunciado aqui? 1,3% do FPM. Só que em vez de ser permanente, nós vamos procurar que seja, será emergencial."
"Vocês são prefeitos como eu sou presidenta. Vocês sabem que não tem milagre. Quem falar que tem milagre na gestão pública sabe que não é verdade. Agora, nós precisamos fazer um esforço muito grande para atender aquilo que é emergencial", disse Dilma em resposta aos gritos por revisão do Fundo de Participação dos Municípios.
Na edição do ano passado, Dilma também foi vaiada pelos prefeitos. Na ocasião, ela discursava na abertura do evento e falava sobre a divisão das receitas dos royalties do petróleo –um dos temas sensíveis na pauta dos prefeitos à época. Depois, a presidente chegou a falar com dedo em riste com Paulo Ziulkoski.
Nesta terça-feira, sua ausência foi vaiada na cerimônia de abertura da marcha. A participação da presidente era esperada, como tem sido a tradição nas edições recentes da marcha, em que prefeitos vão à capital federal cobrar verbas e medidas de apoio aos municípios.
Folha