Ela fez a piada ao ser provocada por um jornalista argentino na saída do Vaticano. "Eu acho que vocês têm muita sorte. É um grande papa. A Argentina está de parabéns. Agora, a gente sempre diz: o papa é argentino, mas Deus é brasileiro".
Dilma se reuniu com Jorge Mario Bergoglio durante cerca de meia hora. De acordo com a presidente, os dois conversaram sobre combate à pobreza e prevenção ao uso do crack. "Ele é uma pessoa extremamente carismática, e ao mesmo tempo com um grande compromisso com os pobres", disse.
"É um papa muito modesto. Ele comentou que não pode se ter orgulho nem pretensões. Deve-se lutar para fazer as coisas direito. E lembrar sempre que tem um peso nas costas."
A presidente contou que o papa se solidarizou com o Brasil pela tragédia do incêndio que matou 241 jovens na boate Kiss em Santa Maria (RS), em 27 de janeiro. "Ele disse: 'Fiquei muito comovido com o que aconteceu em Santa Maria. Em Santa Maria, o Brasil demonstrou força e ternura'. Eu fiquei muito agradecida."
Dilma disse ainda que o papa programou uma visita a Aparecida do Norte (SP) após participar da Jornada Mundial da Juventude no Rio, em julho, e a presenteou com um livro sobre a conferencia episcopal que o levou à cidade em 2007.
"Ele disse assim: 'Não lê tudo, porque você vai se aborrecer. Então você pega o índice e vai lendo aos poucos,".
De acordo com a presidente, os papa entende português e os dois se comunicaram em "portunhol". Francisco dispensou o uso de tradutor.
Dilma foi a segunda chefe de Estado a ser recebida pelo novo papa, que almoçou com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na segunda (18).
Ela ressaltou o fato de ter sido a primeira a encontrá-lo depois da missa inaugural do pontificado, na terça (19). "O papa falou: 'Você pode falar que é a primeira vez que eu estou recebendo alguém aqui'", disse.
Questionada se tinha sido chamada de "senhora" ou de "você", ela respondeu: "Olha, não dá nem pra lembrar direito. É um papa muito normal, viu?"
Fonte: Folha de São Paulo