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Dilma deve depor como testemunha em processo contra ex-presidente

A ex-presidente Dilma Rousseff deve ser ouvida na manhã desta sexta-feira (26), na condição de testemunha, em um processo que apura supostos pagamentos de propina ao ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine. O ex-executivo das estatais está preso em Curitiba desde julho deste ano, quando a Polícia Federal deflagrou a 42ª fase da Operação Lava Jato, batizada de "Cobra".

Dilma é uma das testemunhas arroladas pela defesa de Bendine. A ex-presidente foi quem o nomeou para ocupar o cargo na Petrobras, após a saída de Graça Foster, em 2014. Antes disso, ele estava à frente do Banco do Brasil, desde 2009, quando Luiz Inácio Lula da Silva ainda era o presidente da República.

Bendine é acusado de receber R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht. Segundo o Ministério Público Federal, ele pediu a quantia a Marcelo Odebrecht um dia antes de assumir a Petrobras, com a promessa de facilitar os interesses da empreiteira junto à estatal.

O depoimento desta quinta-feira de Dilma será tomado por videoconferência, a partir das 11h. A ex-presidente está em Belo Horizonte, cuidando da saúde da mãe dela.

A denúncia

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Bendine deixou o Banco do Brasil com a missão de acabar com a corrupção na petroleira, alvo da Lava Jato. Mas, segundo delatores da Odebrecht, ele já cobrava propina no Banco do Brasil e continuou cobrando na Petrobras.

Quando comandava o Banco do Brasil, Bendine pediu R$ 17 milhões à Odebrecht para rolar uma dívida da empresa com a instituição, dizem os procuradores. Mas Marcelo Odebrecht e Fernando Reis disseram em delação premiada que não pagaram o valor por acharem que Bendine não teria capacidade de influenciar no contrato.

Na véspera de assumir a presidência da Petrobras, em 6 de fevereiro de 2015, Aldemir Bendine e um de seus operadores financeiros novamente solicitaram propina a Marcelo e a Fernando, segundo o MPF.

Investigadores dizem que o pedido foi feito para que a empreiteira não fosse prejudicada em seus interesses na Petrobras, inclusive em relação às consequências da Operação Lava Jato.
Segundo os delatores, a Odebrecht optou por pagar os R$ 3 milhões pelo Setor de Operações Estruturadas, como era chamada a área responsável pelas propinas na empresa.

Foram feitas três entregas em espécie, no valor de R$ 1 milhão cada uma, em São Paulo, entre junho e julho de 2015, com atuação de Álvaro Novis.

Parte do valor da propina ainda foi passado a Bendine de forma dissimulada com o pagamento de uma viagem internacional feita por ele no final de 2015, afirma o MPF.

Em 2017, quando já sabiam que estavam sendo investigados, André, Antônio Carlos e Bendine tentaram dissimular o recebimento de propina como se tivessem origem em serviços de consultoria prestados à Odebrecht, segundo a denúncia.

Para isso, fizeram o recolhimento de tributos da falsa consultoria.

Redação

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