“Bem que meu motorista me avisou: reunião no dia de Finados é missa de corpo presente!” – brincou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, provocando gargalhadas entre os colegas. Ele próprio sairá candidato ao governo de São Paulo e é a grande aposta petista para as próximas eleições.
Entre os petistas, além de Padilha, o recado também foi ouvido pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que pretende concorrer ao governo do Paraná, e Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, que disputará o governo de Minas.
Desincompatibilização – A iniciativa da presidente funcionou como uma ducha de água fria sobre os planos dos pré-candidatos, que veem no cargo de ministro a vitrine perfeita para obter visibilidade e dividendos políticos, inclusive na formação de alianças regionais.
Pela legislação eleitoral, integrantes do Executivo devem se desincompatibilizar de seus cargos com no mínimo seis meses de antecedência, caso desejem disputar postos também no Executivo. Assim, a permanência nos cargos estaria protegida por lei até abril de 2014.
A presidente não deixou claro se ministros que pretendem disputar cargos no Legislativo Federal também precisam deixar o governo em dezembro, mas subentende-se que sim. Entre eles, estão: Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, e Maria do Rosário, dos Direitos Humanos – que devem tentar renovar mandato na Câmara Federal.
Aparentemente a determinação da presidente está orientada pela prudência. Dilma, que disputará a reeleição, pretende evitar constrangimentos jurídicos, ou mesmo embaraços regionais, motivados pela presença de pré-candidatos no governo. A atitude denota também autonomia diante da cúpula do PT, que preferiria manter Padilha no ministério até a data limite.
A expectativa é que a iniciativa da presidente Dilma seja seguida por governadores do PT, que devem substituir o quanto antes secretários de governo que pretendam disputar eleições.
R7