Dilma criticou, no entanto, as interrupções de rodovias e os atos violentos que, em sua opinião, precisam ser condenados e coibidos pelo governo.
— Nós contamos também com o Judiciário, para multar aquelas organizações e aquelas entidades que paralisam estradas porque o direito de ir e vir é fundamental. É um direito democrático.
As afirmações foram feitas em entrevista na porta do hotel em que a presidente está hospedada. Para ela, o governo deveria acelerar as reformas para atender às demandas da população.
— Precisamos de melhor serviço no Brasil.
Dilma lembrou que, nos últimos dez anos, o País “avançou de forma expressiva”. Essas conquistas, disse, “vieram para ficar e não serão de nenhuma forma abaladas”. Cabe agora “aumentar os direitos sociais”.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante — que acompanha a presidente na viagem a Montevidéu — também criticou o bloqueio de estradas porque “prejudica a vidas das pessoas e não constrói nada – não gera mais democracia, nem mais direitos sociais”.
Ele também afirmou que as manifestações precisam ser respeitadas, mas que os manifestantes também precisam respeitar os direitos dos outros.
— Isso faz parte do amadurecimento e acho que está cada vez mais sólido.
Mercadante considera que os protestos estão “mais moderados”. Segundo ele, o Brasil está encerrando um ciclo. Para o ministro, a inflação vai cair. Ele voltou a defender destinação de 75% dos recursos dos royalties do petróleo e dos rendimentos do Fundo Social à educação e de 25% à saúde. Mercadante lembrou a licitação para o campo de Libra, na Bacia de Santos, em outubro.
— É a maior licitação da história da economia internacional do petróleo. São entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris. A estimativa é que Libras produza, em 35 anos, US$ 1 trilhão aproximadamente. Usar essa riqueza para a educação é um grande avanço.
R7
Foto: Ed Ferreira / Estadão Conteúdo