O vereador Dilemário Alencar (PROS) usou a tribuna da Câmara Municipal, nesta quinta-feira (24), para protestar contra a postura do prefeito Mauro Mendes (PSB) que em entrevista coletiva nesta quarta-feira (23) disse que o Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCanMT) foi ‘desonesto e mentiroso’ quanto à alegação de atrasos nos repasses financeiros do município para a instituição.
Para o parlamentar, ao invés dessa reação, o prefeito deveria buscar um entendimento para solucionar o atraso nos repasses. “Independente de qualquer questionamento, penso que o prefeito foi infeliz ao esculhambar e ofender uma entidade séria como o Hospital de Câncer que presta relevantes serviços na área da saúde, oferecendo tratamento de qualidade para salvar vidas. O correto seria o chefe do poder executivo resolver este impasse dialogando com a direção”, disse o vereador Dilemário.
Na semana passada, a direção do HC denunciou que a prefeitura estava dois meses em atraso nos repasses (valor total de R$ 6 milhões) destinados ao tratamento de pessoas com câncer o que gerou problemas no atendimento dos pacientes.
O prefeito rebateu a direção do hospital afirmando que sua diretoria ‘foi mentirosa e desonesta’ e negou que o município esteja em atraso com os repasses à unidade, comunicando ainda que, através da Procuradoria Geral do Município irá mover uma ação de dano moral coletivo contra o Hospital.
Entretanto, a direção do HC emitiu uma nota reafirmando a existência de atraso de dois meses no repasse do Município, expondo que a situação gerou impacto que acumulou déficits nas contas do hospital, até chegar ao ponto de suspender o atendimento de novos pacientes. O Hospital de Câncer afirmou dispor das planilhas, comprovando a inadimplência da prefeitura.
“Quero conclamar os vereadores a ajudar na busca de um entendimento para que a Prefeitura repasse o que deve ao Hospital. Pontuo também, que outros hospitais filantrópicos, a exemplo da Santa Casa, estão cobrando repasses financeiros em atrasos. É importante salientar que esses recursos são primordiais para salvar vidas, pois custeiam as despesas com procedimentos médicos e internações de centenas de pacientes. Esse impasse tem que ser resolvido de forma urgente, visto que a superlotação do Pronto Socorro se agravou, com centenas de pessoas agonizando nos corredores à espera de uma cirurgia ou de uma vaga em um leito de UTI”, finalizou.
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