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Dilema entre arte e pop desafia filme “A Busca”, com Wagner Moura

Preparando-se em Los Angeles para interpretar Federico Fellini em "Fellini Black & White", o ator voltou ao Brasil porque a produção foi adiada e deve ser filmada na África do Sul, no fim do ano.

Mas o baiano não tem muita folga. Além de "A Busca", que estreia nesta sexta-feira (15) no Brasil, o ano de Moura possui a ficção científica "Elysium", sua estreia em Hollywood, "Serra Pelada", no qual também faz o papel de produtor, e "Praia do Futuro", de Karim Aïnouz.

"A Busca", do estreante Luciano Moura, é uma espécie de "filme brasileiro argentino", como apelida o ator. "É um longa que não costuma aparecer no cinema brasileiro, sem viés político e sobre a vida íntima dos personagens."

Moura faz Theo, um recém-divorciado que parte em busca do filho, Pedro (Brás Moreau Antunes, filho do músico Arnaldo Antunes), quando o garoto foge de casa.

"Histórias assim me acompanham desde o início da carreira", diz o ator. "Elas me afetam. Até 'Procurando Nemo' me emociona."

O longa foi vencedor do prêmio popular do último Festival do Rio e passa em circuito com 400 cópias, um número incomum fora do esquema comédias televisivas brasileiras.

"Apesar de não ser um blockbuster, 'A Busca' pensa na relação com o público. Estamos no meio entre 'De Pernas Pro Ar 2' e 'O Som Ao Redor'", reforça o ator.

"Acho o longa de Kleber Mendonça extraordinário e adoraria trabalhar com ele. E eu me esforçaria para que fizesse público. É careta dizer que se faz filmes para poucas pessoas, assim como é careta achar que o sucesso comercial se opõe a seu valor artístico."

Esse equilíbrio é o que move Moura. Até em projetos internacionais. Em "Elysium", longa de Neill Blomkamp ("Distrito 9"), ele interpreta um contrabandista de uma Terra futurista onde os ricos moram em uma lua artificial e os pobres trabalham e moram em cortiços na superfície.

Seu personagem ajuda o protagonista de Matt Damon a alcançar esse "paraíso".

"'Elysium' possui uma pegada social forte. Tem espadas e naves espaciais, mas há um discurso", fala Moura, chamado por Blomkamp por causa de "Tropa de Elite".

"Quando fui pela primeira vez para Hollywood, fiquei impressionado em como 'Tropa' foi visto pelos cineastas."

Moura deve manter a balança pop em sua nova incursão cinematográfica: a direção.

"Estou comprando os direitos de um livro para dirigir, mas não posso falar qual. Gosto de atores que vão para o outro lado da câmera. Temos uma visão particular do cinema."

E como seria Wagner Moura na direção? "Acho que seria um amálgama de Zé Padilha com Karim Aïnouz."

Fonte: FOLHA.COM

Redação

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